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Vice Primeiro-Ministro defende alocação de novos recursos aos países africanos face ao contexto da crise atual

Olavo Correia, que falava no âmbito da Mesa Redonda de Alto Nível sobre “A crise internacional e o seu impacto na Economia Africana: perspetiva atual e futura”, defendeu ainda que, neste momento, “era muito importante que os fundos fiduciários para resiliência possam ser disponibilizados, que novos meios de financiamento concessionais possam ser alocados a países subdesenvolvidos, aos países africanos”.

O Vice Primeiro-Ministro, Ministro das Finanças e Fomento Empresarial, Olavo Correia, defende que, no contexto atual difícil de pós pandemia e de guerra na Ucrânia, é fundamental que novos recursos possam ser alocados para os países do continente africano para “poderem empreender as reformas estruturais de que necessitam”.

Olavo Correia, que falava no âmbito da Mesa Redonda de Alto Nível sobre “A crise internacional e o seu impacto na Economia Africana: perspetiva atual e futura”, e que contou a com a participação do Diretor Executivo do Banco Mundial para Cabo Verde, Alphonse Kpuagou, defendeu ainda que, neste momento, “era muito importante que os fundos fiduciários para resiliência possam ser disponibilizados, que novos meios de financiamento concessionais possam ser alocados a países subdesenvolvidos, aos países africanos”.

Por outro lado, e na mesma linha, disse que “é preciso reforçar a liquidez para o nosso continente e, sobretudo, no quadro da reforma, ter uma grande abertura para o suporte e apoio ao setor privado que deve ser o fator fundamental de retoma da atividade económica”.

No entanto, reconheceu toda a abertura e apoio que importantes parceiros de desenvolvimento como o Banco Mundial e o FMI têm dado ao Continente, particularmente a Cabo Verde, que, conforme avaliou “reagiram rapidamente” no contexto da crise da pandemia da Covid-19, e também “estão disponíveis para apoiar” neste contexto da crise imposta pela guerra na Ucrânia.

“A resposta desses dois organismos foi rápida no contexto da crise da pandemia da Covid-19, e também estão disponíveis para apoiar neste contexto da crise imposta pela guerra na Ucrânia”, precisou apontando alguns exemplos, ao nível multilateral, vários instrumentos foram mobilizados, como linhas de financiamento de acesso rápida, pelo Banco Mundial, bem com direito a saques especiais, pelo FMI.

Uma vez que “a África ainda não está perfeitamente recuperada da crise imposta pela pandemia da Covid-19 e, logo de seguida, está confrontada com uma nova crise adveniente da guerra na Ucrânia”, Olavo Correia defende ainda que as ajudas e novos recursos devem chegar o mais rápido possível. Porque, “neste novo contexto, temos de dar um salto para podermos fazer face a essa dupla crise no continente africano”.

Este salto, conforme precisou passa, também, pela “melhoraria na governança e melhoria de toda a gestão dos recursos disponíveis no continente, bem como aprofundar as reformas estruturais que vão possibilitar a diversificação da economia e a base produtiva. Igualmente intensificar, cada vez mais, o comércio intra-africano, por forma a que possamos criar as condições para reduzir a importação em face das vulnerabilidades no que tange à evolução dos preços dos mercados internacionais”.

Falando no caso concreto de Cabo Verde, tendo em conta o contexto atual, o Vice Primeiro-Ministro apontou que, em relação a previsão económica, neste momento, dados apontam para um crescimento do PIB em apenas 4%, contrariando as previsões anteriores de apontavam para um crescimento de 6%; uma deterioração muito forte ao nível da conta corrente; uma redução das receitas fiscais; uma grande pressão para o aumento das despesas fiscais, “tendo em conta a necessidade de intervenção do Estado visando estabilizar os preços, mediante a alta pressão dos preços commodities energéticos e não energéticos no mercado internacional, mas também para garantir um quadro social cada vez mais estável”.

Neste sentido, salientou que os desafios são enormes para Cabo Verde e para África.

Pelo que, “temos de encontrar as melhores soluções, empreender as reformas, acelerar as ações governativas, mobilizar mais o setor privado para que possamos fazer com qualidade e fazer mais rápido oque tem que ser feito para que o país e o Continente possam dar o salto em relação e passar para um novo patamar de desenvolvimento”.