Logo pela manhã, esteve acompanhado da Embaixadora Deontina Carvalho a visitar a actual e, de seguida, as futuras instalações da nossa Missão Diplomática em S. Tomé.
O ponto alto da visita de hoje foi o encontro que Ulisses Correia e Silva manteve com o Chefe do Governo santomense, onde aproveitou a oportunidade para sublinhar o firme compromisso do nosso país em aprofundar as relações políticas diplomáticas entre os dois países.
“S. Tomé é um país especial. Pela história comum, pela nossa Comunidade e por sermos ilhas”, disse o Primeiro-ministro cabo-verdiano que esteve acompanhado pelo Ministro das Comunidades, Jorge Santos.
E por serem ilhas, pertença da mesma Comunidade, a CPLP, e do grupo restrito de países insulares, os SIDS, com as vulnerabilidades económicas e ambientais que os caracterizam, faz com que Cabo Verde e S. Tomé tenha necessidade de falar a uma só voz junto das Instituições Internacionais.
“São dois países com vulnerabilidades e esta condição cria também oportunidades”. Por isso, é preciso definir estratégias para terem voz junto das Instituições Internacionais, e juntos caminharem rumo ao desenvolvimento, focado nas pessoas.
O Chefe do Governo falou do presente, do futuro, mas não esqueceu o passado que nos une, por razões de história, laços de sangue: “é o caminho longe que os cabo-verdianos descobriram há muitos anos, década de 40 do século passado, por razões de sobrevivência”, sublinhou.
“Mas nós queremos fazer este caminho de forma diferente, hoje. Um caminho que tenha mais complementaridade, mais proximidade em todas as áreas e que seja focado para as pessoas. Queremos juntos criar as melhores condições de desenvolvimento sustentável”, disse.
Para Ulisses Correia e Silva, o desenvolvimento que se almeja pode passar, entre outros, pela cooperação tripartida, como acontece com o Grão-Ducado do Luxemburgo, ao nível da formação profissional, mas também com a Espanha.
“Agora, com um novo plano indicativo com Luxemburgo vão ser aumentadas verbas e recursos para beneficiar jovens cabo-verdianos e santomenses que vivem e residem em S. Tomé, a terem acesso à formação profissional em Cabo Verde.”
Para não falar da problemática das energias renováveis. É “ficarmos menos dependentes dos combustíveis fósseis, utilizando as fontes renováveis”, mas também visualiza a cooperação a nível da transição digital, da economia do mar, “a economia azul, os nossos países são muito mais mar do que terra, e há um potencial enorme que poderá ser desenvolvido. É preciso fazer com que o capital humano, com qualificação de excelência, educação, esteja também na centralidade nas nossas acções de cooperação tripartida”, concluiu.
Á tarde, o Chefe do Governo fez uma visita de cortesia ao Presidente da República, Evaristo Carvalho, “um Senhor que marca a política de S. Tomé, garante da estabilidade e da unidade do país”.
“É um Homem amigo de Cabo Verde, que conhece bem as relações do nosso país, durante todo o seu percurso, desde antes da Independência”, adiantou, desejando que no término do seu mandato o Presidente Evaristo Carvalho “continue a servir, de outra forma, enquanto cidadão deste país e seja um embaixador nas relações de S. Tomé e Cabo Verde”.
Para esta sexta-feira estão programados encontros com as comunidades cabo-verdianas no Distrito de Lemba e de Lobata, para, no sábado, a delegação visitar a Região Autónoma do Príncipe.