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TACV é um grande ativo de Cabo Verde

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves defendeu hoje, após encontro com a comissão dos trabalhadores da Transportadora Aérea de Cabo Verde (TACV), que não obstante estes momentos de “turbulência”, esta é um grande ativo de Cabo Verde”, não obstante o momento de “turbulência” porque passa a empresa. Neves garante ainda que tudo está a ser feito para resolver o contingente relacionado ao Boeing 737, «Imigranti», e para que sejam evitados outros constrangimentos futuros com demais credores da companhia.

TACV é um grande ativo de Cabo Verde1“O Governo está a trabalhar uma solução global para resolver os problemas imediatos de dívidas que se colocam à empresa” e responder às pressões de outros credores da empresa”. par garantir que a empresa continue a funcionar sem grandes sobressaltos, de modo a garantir os postos de trabalho e garantir que Cabo Verde se mantenha ligado ao mundo através da nossa companhia de bandeira”, afirmou o Primeiro-Ministro.

Mais do que isso, a garantia é de que o Governo “tudo está a fazer” para que, além de garantir as condições para o normal funcionamento da empresa, se possa dar continuidade ao processo de reestruturação da empresa e fazer a avaliação da empresa “visando a sua privatização”. E acrescenta ainda que “é claro que deixaremos tudo pronto para que o próximo Governo tome as medidas que considerar pertinentes em relação à empresa”.

A TACV, sublinha José Maria Neves, “é um grande ativo de Cabo Verde. Está a passar por estes problemas, por estes momentos de turbulência, mas na verdade é um grande ativo que tem certificados internacionais, podendo realizar voos transatlânticos e é considerada das companhias mais seguras”, frisa o Chefe do Executivo. Este recorda que a companhia é das poucas no continente africano que pode realizar voos mesmos para os destinos mais exigentes como a Europa e os Estados Unidos da América.   

A situação é difícil, admite o Primeiro-Ministro, sendo que a TACV é estruturalmente uma empresa deficitária. “As despesas são muito superiores às receitas” e há que “trabalhar para pagar as dívidas pendentes e garantir que tenhamos todos os aviões e tenha a empresa condições de poder funcionar normalmente”.

Ainda no que toca a rumores sobre uma possível negociação da AirCup, empresa de leasing fornecedora do aparelho em questão com outra companhia e a consequente não regresso do avião ao país, Neves responde que “são especulações” que num momento em que se está em negociações para a resolução da situação “não poderemos neste momento confirmar ou informar”. A garantia é que “nós estamos em negociações para garantir os pagamentos e a vinda do avião para Cabo Verde”.

De todo o modo, o Chefe do Executivo avança que estaria previsto a deslocação do aparelho a Paris, logo depois de Amsterdam onde ocorreu o arresto, e depois deveria deslocar-se à Etiópia para os trabalhos de manutenção.

Já o Presidente e porta-voz da comissão dos trabalhadores, Ricardo Abreu foi a voz da preocupação dos funcionários da Empresa, sendo que o encontro serviu para trazer alguma luz sobre a situação com a garantia do Primeiro-Ministro de que a situação do arresto do avião estaria resolvida até a próxima semana. “Queremos que a TACV saia dessa situação difícil e que possamos ter aviões para voar e manter os nossos empregos”, este é o desejo dos trabalhadores que colocam os destinos da empresa na mão de quem tem o poder de decisão, o Conselho de Administração e o Governo enquanto representante do Estado.

Cabe aos trabalhadores continuar a fazer o seu trabalho com profissionalismo e esperar que a empresa possa continuar a representar o país da melhor forma. Ainda sobre alegadas ameaças de greve por parte dos trabalhadores, Abreu desmente-as categoricamente, dizendo que até esta nunca teve conhecimento de qualquer ameaça ou intenção do tipo por parte dos trabalhadores.

O certo é que esta dificuldade da TACV é uma questão que diz respeito a todos os cabo-verdianos, incluindo a Diáspora, salienta Abreu.