A Standar&Poors (S&P) Global Ratings mantém a notação do ranting da dívida pública de Cabo Verde em B/B, para a dívida pública de curto e de longo prazo, tanto em moeda local, como estrangeira. Conforme escreveu a agência, no relatório publicado na passada semana, a perspetiva de crescimento para Cabo Verde é favorável, beneficiando-se de fortes acordos institucionais, o que traduzirá num quadro macroeconómico estável a prazo.
Por outro lado, salienta a S&P, essa perspetiva estável reflete o facto de os riscos de um desempenho mais fraco do que o esperado, da balança de pagamento, serem compensados pelo potencial de uma dinâmica de crescimento mais forte, no próximo ano.
A S&P Global Ratings chama atenção para o alto nível da dívida pública, alertando que tal poderá prejudicar a dinâmica económica do país. Embora também perspetiva uma diminuição do stock da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), no ano de 2018, dada à dinâmica do crescimento do PIB.
Com a graduação de Cabo Verde para país de rendimento médio, e findo o “período de graça” que permite a contratação de financiamento em condições concessionais, passará a haver uma maior pressão nas finanças públicas, dado o aumento da exigência do serviço da dívida (amortizações), ao longo da próxima década. Além disso há que se levar em consideração a vulnerabilidade do país ao risco cambial, considerando que parte relevante do stock da dívida é constituída em moeda estrangeira.
A S&P prevê uma melhoria dos ratings do país, se as pressões fiscais e externas forem objetivamente reduzidas. Por exemplo, se o impacto positivo do investimento estrangeiro no setor do turismo se verificar acima do esperado, ou ainda se se registar um esforço mais acentuado dos ajustes orçamentais do Governo capaz de conduzir a dívida pública do país à uma trajetória descendente.
Contudo, fica o alerta de que podem deteriorar os ratings se a performance da balança de pagamento se deteriorar,comparado com as projeções que aquela instituição neste momento conjetura.
