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Secretário de Estado Evandro Monteiro preside à abertura Atelier de socialização de proposta de diploma sobre redução consumo de sal, açúcar e gordura

Segundo argumentou, em Cabo Verde, por cada 100.000 habitantes há cerca de 158 óbitos causados pelas doenças cardio-cerebrovasculares e cerca de 62 por cancro. Por isso, a visão do Ministério da Saúde é implementar políticas que possam reforçar a capacidade de intervenção e de diagnóstico, mas também trabalhar na promoção de estilos de vida cada vez mais saudáveis.

“O foco é essencialmente com vista à redução de mortes prematuras e previsíveis, sobretudo na mudança e na adoção de estilos de vida saudáveis, mas também no reforço da capacidade de respostas a nível das estruturas de saúde, tendo em conta o PEDS para a saúde, as diretrizes da OMS, para a redução das Doenças Não Transmissíveis”. Assim, considerou o Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Evandro Monteiro, o impacto que pode ter a proposta de Diploma sobre a redução do consumo de sal, açúcar e gordura apresentada, hoje, durante um Atelier, na cidade da Praia.

Segundo argumentou, em Cabo Verde, por cada 100.000 habitantes há cerca de 158 óbitos causados pelas doenças cardio-cerebrovasculares e cerca de 62 por cancro. Por isso, a visão do Ministério da Saúde é implementar políticas que possam reforçar a capacidade de intervenção e de diagnóstico, mas também trabalhar na promoção de estilos de vida cada vez mais saudáveis.

“A legislação e a regulação são determinantes para assegurarmos as premissas legais do controlo de qualidade do que consumimos”, afirmou, sinalizando que a participação em sinergia e multissectorial de outros atores, nomeadamente ONG, associações comunitárias e da sociedade civil, assim como outros sectores, que de forma transversal influenciam nas respostas, é determinante para se alcançar o empoderamento e literacia da população e salvaguardar a segurança da saúde individual e coletiva.

Em Cabo Verde, devido às mudanças no perfil demográfico, epidemiológico e nutricional, as doenças crónicas não transmissíveis (DNT) são, há mais de 20 anos, a causa líder de mortalidade (Relatório Estatístico MSSS 2019), nomeadamente Doenças Cardio–Cerebrovasculares e Doenças Oncológicas, levando a incapacidades e anos de vida potencialmente perdidos e com elevados custos económicos e sociais. Este facto deve-se em parte aos ganhos importantes alcançados com o desenvolvimento socioeconómico do país, mas também à própria modificação do estilo de vida.

O Inquérito sobre as Doenças Não Transmissíveis em Cabo Verde (IDNT, 2020) indica que 36,2% dos homens e 25,1% das mulheres apresentam Tensão Arterial elevada com uma prevalência nacional de 30,8% e 3,3% dos homens e 4,2% das mulheres apresentaram diabetes mellítus (prevalência nacional 3,7%), sendo que a prevalência da obesidade ronda os 14,3%.

Está demonstrado por vários estudos que o aumento do consumo de sódio, açúcar e gorduras, está associado ao aumento das doenças não transmissíveis como a tensão arterial, diabetes. Segundo a estratégia mundial para a redução dos fatores de risco das doenças não transmissíveis, a meta é a redução de 30% do consumo médio do sal na população até 2025.

Neste sentido, o Ministério da Saúde através da Direção Nacional da Saúde (Programa Nacional de Nutrição e Escolas Promotoras da Saúde) tem em curso a elaboração de uma proposta de diploma para a redução do uso e consumo do sal, do açúcar, da gordura e dos alimentos processados na alimentação dos Cabo-verdianos.

Com esta proposta de diploma pretende-se trabalhar na modificação da oferta alimentar de determinados alimentos, em particular os que apresentam elevado teor de açúcar, sal e gordura, incentivar ações de reformulação nutricional dos produtos alimentares através de uma ação articulada com a indústria alimentar e com o setor da restauração e capacitar os cidadãos e profissionais que trabalham ou influenciam o consumo de alimentos para escolhas alimentares saudáveis.