Segundo o Secretário, trata-se de um momento histórico e simbólico, testemunhar a entrega de uma obra muito importante para a inclusão dos portadores de deficiência em Cabo Verde.
O Secretário de Estado para a Educação, Amadeu Cruz, presidiu esta segunda-feira, 11 de novembro, à apresentação e entrega oficial do Dicionário de Língua Gestual Cabo-verdiana, na capital do país, seguida de uma palestra sobre o histórico da produção do dicionário.
Segundo o Secretário de Estado, trata-se de um momento histórico e simbólico, testemunhar a entrega de uma obra muito importante para a inclusão dos portadores de deficiência em Cabo Verde. “Este dicionário, incide sobre duas áreas importantes, a educação e a inclusão, porque vai estar em serviço em primeiro lugar das crianças, dos adolescentes e dos jovens, mas também das respetivas famílias, pois muitas vezes há dificuldades de comunicação na própria família, e isto pode ser considerado como um ganho extraordinário”, afirmou Amadeu Cruz.
Neste sentido, ainda segundo o secretário, este dicionário pretende trazer a unificação da linguagem dos alunos em todo o país e vai servir como um instrumento de escolarização e ferramenta de trabalho para os professores, enquadrando-se nas medidas que o Ministério da Educação tem em implementação no processo de sinalização das crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE), de acordo com os parâmetros internacionais e que permitirá garantir as condições para uma efetiva inclusão de crianças e jovens com NEE no sistema educativo.
“O dicionário vai permitir que o nosso sistema educativo consiga trabalhar para a inclusão dos jovens, das crianças e dos adolescentes com alguma deficiência auditiva, mas estamos a trabalhar para garantir uma melhor inclusão de todos os portadores de deficiência no sistema educativo”, garantiu.
Ainda afirmou que este trabalho facilitará, “e muito”, a integração das pessoas com deficiência auditiva no mercado de trabalho, como também terá um grande impacto na comunidade, uma vez que, no entender do Governante, há dificuldades de comunicação entre os surdos e a comunidade à sua volta, e “há essa possibilidade de, no seio das comunidades e bairros, criarem grupos de aprendizagem sobre a comunicação gestual e facilitar a interação”, afirmou.
O referido dicionário foi elaborado no âmbito do “Projeto Escola de Todos – Fase II”, e implementado em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), do Estado de Rio Grande do Sul, Brasil.