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São Vicente recebe Mesa Redonda sobre “Turismo Urbano, Cultural e Náutico”

Depois das ilhas do Sal e de Santo Antão, São Vicente vai acolher nos próximos dias 30 e 31 de Março, a terceira Mesa Redonda, desta vez dedicada ao segmento de “Turismo Urbano, Cultural e Náutico”. Esta iniciativa conta com alto patrocínio do Governo, através do Ministério da Economia e Emprego, em parceria com a Direcção Geral do Turismo e Transportes, a Câmara Municipal de São Vicente, a Câmara do Turismo de Cabo Verde.

Esta Mesa Redonda “Turismo Urbano, Cultural e Náutico” pretende analisar com as Câmaras Municipais, Instituições ligadas ao Turismo, investidores, operadores e publico, em geral, propostas de solução para o desenvolvimento futuro, especialmente ao nível das infraestruturas, do planeamento, requalificação urbanas reabitação, da segurança, dos cuidados de saúde, da energia, água e saneamento e da educação e formação.

Com esta iniciativa pretende-se alcançar os seguintes três objetivos: analisar as oportunidades e os desafios no desenvolvimento do Turismo Urbano, Cultural e Náutico em Cabo Verde, visando chegar ao consenso sobre um modelo de análise SWOT do mesmo; identificar e propor medidas de melhorias nas respostas do sector público (governo e municípios) no desenvolvimento em toda a cadeia de valor desses segmentos de turismo; identificar e propor medidas de melhorias nas respostas do sector privado no desenvolvimento em toda a cadeia de valor do turismo urbano, cultural e náutico.

A organização da Mesa Redonda espera alcançar de entre outros resultados recolher inputs da real situação de desenvolvimento do turismo urbano, cultural e náutico a nível nacional gizar medidas de natureza pública de forma mais sistematizada e melhor partilhadas; definir um quadro das necessidades visando melhorar a intervenção pública para fazer face ao desenvolvimento do turismo urbano, cultural e náutico a nível nacional; definir um quadro de compromisso entre os ‘stakeholders’, abarcando os principais desafios de desenvolvimento de curto e médio prazo do turismo urbano, cultural e náutico em Cabo Verde; Encontrar o ponto de equilíbrio na relação do turismo com o meio ambiente e com o património histórico material e imaterial, de modo que a atratividade dos recursos naturais e patrimoniais não sejam a causa da sua degradação a nível do país.

A Mesa Redonda “Turismo Urbano, Cultural e Náutico” será organizada em três painéis temáticos, sendo que o primeiro painel vai retratar as oportunidades e desafios para a construção de um turismo urbano e cultural atractivo, rentável e sustentável. o segundo é as propostas para o desenvolvimento do turismo náutico em cabo verde e o último painel recai sobre as formas de financiamento do turismo em cabo verde e a participação da classe empresarial nacional.

Os temas serão introduzidos e debatidos, todos em sessões plenárias.

As organizações mundiais ligadas ao sector, a OMT e a WTTC, colocam Cabo Verde entre os 10 países a nível mundial a serem mais visitados nos próximos 10 anos, o que constitui um mundo de oportunidades, desafios, mas também de riscos para o país.

O sector das viagens e turismo é hoje considerado a maior indústria do planeta, seja a nível de volume de negócios, seja a nível do emprego. Prevê-se igualmente que venha a ser das indústrias com maior potencial de crescimento a nível global, tendo em conta a apetência revelada para viajar e fazer férias pelas novas classes médias saídas da pobreza graças à globalização.

É já consensual que o Turismo deverá ser o pilar do desenvolvimento económico de Cabo Verde, e neste momento todas as ilhas e concelhos do país ambicionam ter o seu quinhão desta actividade transversal que arrasta toda a economia.

O Ministério da Economia e Emprego está ciente de que Cabo Verde se encontra num momento crítico de expansão do turismo para todo o país, colocando enormes questionamentos quanto ao tipo de turismo a escolher, como fazer a preservação do património construído e imaterial, a preservação da própria identidade nacional, a gestão dos fluxos migratórios internos e vindos do exterior, etc, etc. Em suma, são muitos os desafios para que o país possa ter um Turismo Sustentável que prime sobretudo por um equilibrado e inclusivo desenvolvimento do mesmo e da sociedade cabo-verdiana, legando às gerações vindouras um país próspero e com futuro assegurado.

Tendo em conta a transversalidade económica, social e ambiental do fenómeno turístico, este não poderá ser sustentável nem rentável sem a participação de todos, como mostram as experiências noutros destinos turísticos já consolidados.

É com base nessas premissas, que o Ministério da Economia e do Emprego está a organizar uma série de Mesas Redondas com o intuito de debater com a sociedade cabo-verdiana, as autoridades e os operadores do turismo os principais tipos temas e desafios do sector, por forma a recolher os subsídios necessários que irão orientar o desenvolvimento do turismo a nível nacional.

Nos dias 30 e 31 de janeiro 2017 realizou-se em Sal-Rei, Boa Vista a primeira mesa redonda do turismo dedicada ao segmento sol e praia, seguindo-se outra com enfoque no segmento do turismo rural e de natureza em Porto Novo, Santo Antão nos dias 24 e 25 de fevereiro.

A escolha da ilha de São Vicente, a segunda mais populosa do país, tem a ver com as suas características de ilha urbana, com um cosmopolitismo que lhe advêm da sua tradição de cidade-porto com forte ligação ao mundo e à economia marítima.

Tradicionalmente rica em actividades e grandes eventos culturais ao longo do ano, a ilha berço de Cesária Évora, Bana, B.Leza, Luis Morais, Tito Paris, Vasco Martins e tantos outros músicos, artistas plásticos, alberga um conjunto de grandes eventos ao longo do ano, começando pela Passagem do Ano, Carnaval, Março Mês do Teatro, Festa Juninas, Festival da Cavala, Festivais de Música da Laginha e Baía das Gatas, Mindelact, todos passíveis de serem transformados em cartazes turísticos e servirem de exemplo para outras cidades nacionais, igualmente ricas em tradições culturais com potencialidade turística.

A bonita cidade do Mindelo, por muitos considerada uma verdadeira cidade-museu, plantada numa das Baías Mais Bonitas do Mundo, é à semelhança de outros centros urbanos nacionais uma cidade talhada para receber, com uma tradição de turismo de cruzeiros bastante antiga e com uma grande potencialidade para o turismo de congressos.

A Baía do Porto Grande, e as várias praias da ilha, formam em conjunto com a deserta ilha de São Luzia e os ilhéus Raso e Branco um activo turístico com grande potencialidade para todas as modalidades de desportos náuticos, desde o mergulho de observação, caça submarina, desportos de vela, wind-surf, kite-surf, para além de estar inserida num dos melhor hotspots mundiais para a pesca desportiva, atraindo já uma importante clientela neste que é um segmento turístico de alto valor acrescentado.