O Ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural de São Tomé e Príncipe, Teodorico Campos, em declarações à comunicação social logo após audiência com o Primeiro-Ministro, José Maria Neves, declarou que o seu país quer e “tem muito a aprender” com a experiência de Cabo Verde em matéria de política de desenvolvimento do mundo rural, em particular no que se refere à captação e gestão de água e de solos para a agricultura e a pecuária, e também na área da investigação na área da agro-pecuária.
Logo após ter sido recebido pelo Chefe do Executivo cabo-verdiano, o governante Santomense deu conta do entusiasmo com o que viu e ouviu até agora da experiência de Cabo Verde, ele que visitou tendo também pelas ilhas de Santo Antão, São Vicente e Fogo, no que concerne aos esforços de modernização da agricultura e pecuária, mais concretamente no que concerne á captação e mobilização de água e a sua gestão, assim como na gestão de solos e técnicas agrícolas, nomeadamente a rega gota-a-gota, a hidroponía e a cultura de estufa.
Este reflecte que, ao contrário de Cabo Verde, que é confrontado anualmente com a seca, São Tomé e Príncipe convive com chuva abundante e um período de seca de apenas três meses em regra.
“Mas toda a vez que esse período se prolonga um pouquinho mais somos confrontados com a mortalidade de algumas plantas”, sem contar com a imensa quantidade de água potável das chuvas e dos rios que se perde diariamente para o mar devido à ausência de medidas e políticas relacionadas à mobilização e captação de água. Daí que a experiencia cabo-verdiana seria muito benéfica para o seu país, salienta, elogiando as barragens e as inúmeras intervenções no sentido de poder aproveitar melhor a água das chuvas e dos subsolos aqui nessas Ilhas do Atlântico.
Campos considera mesmo que fazer face ao desperdício da água é “a prioridade das prioridades” em São Tomé, pois que “nós temos muito desperdício de água no nosso país”.
Um outro aspecto de que, sublinha Teodorico Campos, São Tomé e Príncipe poderá beneficiar com esta parceria com Cabo Verde tem a ver com a investigação nestas áreas, nomeadamente no desenvolvimento de espécies vegetais e animais mais resistentes e que garantam um produto de melhor qualidade, dando conta que “na bagagem” leva algumas sementes nacionais fornecidas pelo Executivo cabo-verdiano, “para distribuirmos aos nossos agricultores”.
Um dos temas do encontro com José Maria Neves tem a ver com a assinatura, que estará para breve, em meados de Setembro segundo o governante santomense, a quando da visita àquele arquipélago, da Ministra do desenvolvimento Rural de Cabo Verde, Eva Ortet. Este recorda, aliás, um acordo que teria sido assinado com o primeiro Governo santomense liderado pelo actual Primeiro-Ministro, nas áreas das tecnologias e que é onde Santomense poderá tirar fortes dividendos do maior desenvolvimento do nosso país, e que deverá ser reavivado.
São Tomé e Príncipe quer enviar ao nosso país, assim que for assinado o novo acordo de cooperação na área agrícola, técnicos daquele país para intercâmbios com técnicos locais.
A pecuária é uma área onde também São Tomé pode beber da experiencia de Cabo Verde, nomeadamente no que tange à produção de ração, a indústria aviária (produção de frangos e ovos) são igualmente áreas que o Governo santomense considera importante para esta cooperação.