O Relatório de Política Monetária do Banco de Cabo Verde – BCV de setembro deste ano aponta para um “crescimento económico próximo de quatro por cento, tanto para 2017 como para 2018”. Segundo o documento, este cenário de crescimento económico é sustentado pela performance favorável da economia nacional no primeiro semestre, as melhores perspetivas quanto ao contexto externo e as orientações das políticas macroeconómicas.
De acordo com o relatório do BCV, que cita o Instituto Nacional de Estatística, o Produto Interno Bruto cresceu 3,6 por cento em termos homólogos no primeiro trimestre de 2017. Isto reforçando que este crescimento “foi impulsionado principalmente pelos desempenhos positivos da indústria transformadora, de alojamento, restauração e do comércio”. O mesmo documento sublinha ainda que, do lado da procura, “o crescimento terá sido determinado, sobretudo, pelos contributos do investimento privado nos sectores dos transportes, turismo e pelo consumo privado”.
Os dados do crescimento constantes nas estimativas das contas nacionais trimestrais apontam claramente para a manutenção de um quadro de retoma económica, ancorada numa dinâmica sectorial mais sustentável. Esta dinâmica que se tem verificado nos setores chaves e produtivos, tem sido promovida sobretudo pelo setor privado, que de resto é a resposta às novas orientações de políticas macroeconómicas.
O Ministro das Finanças, Olavo Correia, fazendo a leitura dos dados afirma que o país está num bom caminho. Realça ainda que “o percurso ainda é longo e exige trabalho para o alcance dos 7% do PIB estipulados pelo Governo no âmbito desta legislatura. Mas, temos que crescer a um nível muito superior. Temos que crescer a dois dígitos para, num espaço de 20 anos, podermos aumentar o nosso nível de rendimento per capita”, enfatiza o Ministro, ao apontar que as metas traçadas são ambiciosas, mas que o executivo está a fazer o seu trabalho de casa, alinhavando a visão e montando a estratégia para o seu alcance.
Olavo Correia reconhece, porém, o importante papel do Estado nesta dinâmica que, conforme defende, passará por criar um ecossistema favorável que passará por empoderar, facilitar e liderar o processo em matérias como atração do investimento privado tanto dos residentes, da diáspora, como do Investimento Direto Estrangeiro, bem como na construção de um quadro de confiança, segurança e previsibilidade, como elementos essenciais para a melhoria radical do ambiente de negócio e que permitirá ao país crescer ao nível pretendido. Enfatiza por outro lado, que os privados terão o papel de fazer a diferença neste processo.