A rede, finalmente criada durante o fórum, constitui a "realização de um sonho" que vai permitir, segundo Charlotte Karibuhoye, "uma conservação mais eficaz e uma exploração mais sustentável" dos recursos naturais das zonas marinhas e costeiras da África Ocidental.
"Estamos a reflectir sobre a criação da rede desde o ano 2000 mas só agora conseguimos pô-la de pé", observou a responsável do PRCM, recordando que os técnicos e activistas da sub-região tiveram um contributo "muito importante" na materialização desse objectivo, consagrado, aliás, numa Declaração Política Comum rubricada pelos ministros do Ambiente e das Pescas da CEDEAO, em 2003.
A RAMPAO, cujos estatutos deverão ser aprovados na primeira assembleia-geral da rede, a ter lugar proximamente, vai funcionar, até que se decida da localização da sede e seja definida a sua estrutura, junto da componente Áreas Marinhas e Costeiras do PRCM, em Dakar.
De acordo com a sua carta constitutiva, a criação da RAMPAO, cujos membros são, num primeiro momento, as Áreas Marinhas Protegidas (AMP) dos países beneficiários do programa, justifica-se pela existência de relações privilegiadas entre esses espaços, pelo facto de estarem inseridas na mesma eco-região.
Além do mais, refere ainda o documento, as AMP's constituem pontos de trânsito para diversas espécies migratórias, contribuem para o reforço da resistência de ecossistemas complexos e interconectados e contribuem para a preservação de um importante património natural.
Outra razão apontada relaciona-se com a circunstância de enfrentarem o mesmo tipo de constrangimentos, para além de compartilharem problemas similares e constituírem, nos diferentes países da sub-região, um instrumento essencial de gestão integrada das zonas costeiras.