O Nobel da Paz 2006, Muhammad Yunus, que se encontra no nosso país a convite do Governo, reuniu-se esta quinta-feira com o Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, com que falou da importância em compreender os anseios dos jovens hoje em dia e o dever que o estado deve ter para os incentivar a serem empreendedores.
O Nobel da Paz 2006, Muhammad Yunus, que se encontra no nosso país a convite do Governo, reuniu-se esta quinta-feira com o Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, com que falou da importância em compreender os anseios dos jovens hoje em dia e o dever que o estado deve ter para os incentivar a serem empreendedores.
“Falamos sobre os elementos de ameaça no mundo e que afetam a nossa sociedade. O primeiro tem a ver com a expectativa dos jovens e como os jovens de hoje são muito mais capazes, mais interconectados com o resto do mundo, mas às vezes o mundo, a família, a cidade e o governo não os tratam como tal, continua a tratá-los como crianças”, explicou o Prémio Nobel da Paz em entrevista aos jornalistas, após o encontro com Ulisses Correia e Silva.
Para o Fundador do Gremeen Bank é importante entender este fenómeno e traçar as melhores estratégias para ajudar os jovens a responder as suas próprias necessidades. “Como é que podemos trabalhar de uma forma que garanta que eles façam algo por si mesmo, reconhecendo os seus talentos e capacidades e criando o seu próprio mundo. O governo não pode criar esse mundo para eles, eles é que têm de criá-lo”, sustentou Yunus.
Para Muhammad Yunus, os jovens hoje em dia não estão com o espírito “simplesmente de sobreviverem”, querem muito mais do que isso. Então como “trazê-los a bordo”? pergunta o Nobel da Paz, para quem, não é por via de criação de postos de trabalho através do Estado. “Isso não é fácil, não é resolver os problemas”.
“Os jovens deviam estar a pensar em termos de empreendedorismo. Isso que os governos deviam reforçar, que tu podes criar a tua própria vida. Todo o mundo é um potencial empreendedor. Vou dar exemplo de como nós incentivamos os jovens a se tornarem empreendedores em Bangladesh”, acrescentou Muhammad YUNUS que hoje vai estar junto do Primeiro-Ministro, em uma conversa com jovens.
Questionado sobre a primeira impressão de Cabo Verde, Yunus diz ser “excitante” ver um país como Cabo Verde com poucas pessoas, que pode representar oportunidades. Conheces as pessoas pelos nomes. Podes saber se as pessoas estão a passar por problemas em suas vidas e quem são. Assim, “podemos ir caso a caso, pessoa por pessoa”, indicou, mostrando que quando se está a lidar com milhões de pessoas, são só números.
Para Yunus é interessante ver que o Primeiro-Ministro conhece muitas pessoas. “Esta é uma vantagem. Não estou a dizer que é tudo vantagem, mas esta é uma vantagem de poder conhecer as pessoas e cada caso”.
Hoje à tarde, às 16 horas, na 4ª. Edição da CVNEXT, no Mercado do Plateau, Muhammad YUNUS é convidado especial do Primeiro-ministro, no Prime Minister Speaker Series, para uma conversa com os jovens à volta das novas tecnologias, a inteligência artificial: desafios de inovação e do empreendedorismo jovem.
