O Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, foi convidado a participar e intervir na conferência sobre o tema: “Perspectiva sobre o Desenvolvimento Global 2017: A Migração Internacional num Mundo em Mudança”, que decorreu na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE, em Paris.
Ulisses Correia e Silva falou sobre a experiência de Cabo Verde em migração e outras perspetivas relacionadas com África, numa intervenção subordinada ao tema “Migração e perspetivas de Desenvolvimento sobre a África”. De acordo com Ulisses Correia e Silva o assunto é muito caro a Cabo Verde.
Primeiro, o Primeiro-Ministro relembrou que Cabo Verde é um país com 556 anos de história que moldou a sua identidade e deu origem à Nação antes de ser um país. Também, foi porta de entrada e de saída de escravos nas rotas da sua localização geoestratégica entre a África, a América e Europa, na época das migrações forçadas. E segundo, porque as dificuldades económicas e os fortes choques ambientais com longos períodos de seca, obrigou milhares de cabo-verdianos a recorrer à emigração.
“A conjugação destes fatores conduziu a uma nação crioula diasporizada com uma forte presença de emigrantes nos EUA, e em países da Europa e da África”, explica.
Conforme o Primeiro-Ministro, a dimensão da diáspora cabo-verdiana tem impacto importante na economia, na abertura do país ao mundo, na notoriedade do país e na pressão externa que os emigrantes exercem na vida política do país.
Da parte do Governo, realça Ulisses Correia e Silva, a mensagem às comunidades tem sido a de incentivar a cidadania política e de motivá-las a se afirmarem no país.
“Existe uma elite interessante constituída por quadros e profissionais altamente qualificados nos EUA e nalguns países da Europa que podem contribuir positivamente para o desenvolvimento do país. O nosso programa vai no sentido de os interessar, aproximá-los do país e criar condições para que contribuam para a afirmação da economia do conhecimento em Cabo Verde”, perspectiva.
Em relação à problemática das migrações, a nível mundial, o Chefe do governo considera ser um fenómeno milenar, que precisa ser tratado na perspetiva da salvaguarda dos valores da dignidade humana e da defesa de legítimos interesses dos países quanto ao controlo dos fluxos migratórios.
A conferência sobre o fenómeno da migração num mundo em mudança foi conduzida por peritos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE.
Antes, o Primeiro-Ministro foi recebido em visita de cortesia, pelo secretário geral da OCDE, Angel Gurria e pelo diretor do Centro de Desenvolvimento – OCDE, Mário Pezzini.