O Primeiro-Ministro, José Ulisses Correia e Silva, reafirmou no Parlamento, no debate sobre o Desenvolvimento Rural em Cabo Verde, que o Governo não se limita apenas “a gerir emergências: investimos e vamos investir mais na resiliência, com particular incidência nas regiões rurais” e anotou, como exemplo, as várias localidades desencravadas que tiveram impacto positivo na atividade agrícola, turística, acesso a mercados e mobilidade das pessoas.
Segundo o Chefe do Governo, fortes investimentos ligados à água para o consumo humano foram realizados, os incentivos fiscais e financeiros para a massificação da rega gota a gota implementados irão continuar e os projetos hidroagrícolas, de adução e distribuição de água executados por este Governo estão a ter bons resultados.
“Estes investimentos na água, associados às energias renováveis irão ter um impacto positivo no setor agrário e na vida das famílias rurais. Os fortes investimentos feitos na requalificação urbana e ambiental, requalificação de orlas marítimas e restauro de patrimónios têm beneficiado as regiões e concelhos rurais com impacto positivo para a qualidade de vida das pessoas e a atratividade económica”.
Ciente de que as populações das zonas rurais, onde se regista maior concentração da pobreza e atividade centrada na agricultura, têm sentido o impacto acrescido das secas severas registadas no país, Ulisses Correia e Silva considerou que o Governo coloca especial foco na eliminação da pobreza extrema, sobretudo, nas regiões onde existem e se concentram maiores níveis.
Ou seja, disse, a abordagem do Governo é integrada e não é feita numa perspetiva assistencialista. ”Nós fizemos e continuamos a fazer intervenções de mitigação para fazer face a maus anos agrícolas, às crises climáticas, à pandemia e agora aos efeitos da guerra na Ucrânia”.
E o mais importante, sustentou: com foco no desenvolvimento sustentável. Devemos reforçar a mitigação e criar as condições de redução das vulnerabilidades ambientais, económicos e sociais de Cabo Verde face a choques externos.
Para o Primeiro-Ministro, é preciso empoderar, ao mesmo tempo, os agricultores, os pescadores, as pessoas que estão ligadas ao sector do turismo, das pescas, para que a atividade produtiva seja de facto um elemento de sustentabilidade, particularmente para as zonas rurais.
Mas também é preciso não traçar uma fronteira entre zonas rurais, conotado com pobreza e coitadeza e zonas urbanas conotado com oportunidades. Por isso, assegurou, “temos de levar oportunidades a zonas rurais, nomeadamente a formação e qualificação dos jovens, setores fundamentais para que tenham acesso ao empreendedorismo e ao emprego”.