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Primeiro Ministro espera que Conferência dos SIDS na Antígua e Barbuda seja “um marco decisivo para nosso futuro coletivo”

“Nossa visão não se limita a alcançar um status de rendimento médio; aspiramos ao desenvolvimento sustentável, que exige uma reavaliação das condições de financiamento para que possamos progredir para uma categoria de rendimento médio alto”, sublinhou.

“É com grande interesse que Cabo Verde participa na 4.ª Conferência Internacional sobre Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS4), em Antígua e Barbuda. Na minha intervenção, deixei expressa a vontade de a conferência se tornar um marco decisivo para nosso futuro coletivo. Enfrentamos um mundo projetado para grandes territórios e populações, o que coloca desafios únicos para os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento como o nosso”, disse Ulisses Correia e Silva. “Contudo”, avançou, “também vemos aqui oportunidades para destacarmos nossa relevância económica e geoestratégica no concerto das nações. Também, posicionando-nos com uma só voz, como fazemos agora”.

Para o Chefe do Governo, é essencial que rompamos com as limitações impostas por nossos pequenos territórios e populações. “A armadilha do rendimento per capita precisa ser superada, e o financiamento dos nossos projetos deve ser medido pelos resultados transformadores que proporcionam, aumentando a resiliência estrutural e o potencial de crescimento económico”.

“Nossa visão não se limita a alcançar um status de rendimento médio; aspiramos ao desenvolvimento sustentável, que exige uma reavaliação das condições de financiamento para que possamos progredir para uma categoria de rendimento médio alto”, sublinhou.

“Enfrentamos a urgente necessidade de sair da armadilha da dívida, que limita severamente o nosso desenvolvimento. A transformação da dívida em investimento climático e ambiental, como no acordo que firmamos com Portugal, demonstra o impacto positivo que a vontade política, a confiança e o trabalho conjunto podem alcançar. Este exemplo não só libera recursos para tornar nossos países mais resilientes e com maior capacidade de crescimento económico, como também é um modelo que precisamos adotar globalmente”, concluiu.

À margem da 4.ª Conferência Internacional sobre Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS4), o Primeiro Ministro participou da Conferência do Banco Mundial sobre “Apoio do Banco Mundial à resiliência e prosperidade dos SIDS”, tendo destacado que Cabo Verde, como muitos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, enfrenta desafios devido à sua exposição a choques externos e desastres naturais. Estes desafios exigem não só medidas de emergência, mas também transformações estruturais para aumentar a nossa resiliência ambiental, climática, social e económica.

“Para responder eficazmente a estes desafios, apelamos a mecanismos de financiamento mais ágeis e transparentes, para que possam atender situações extremas e extraordinárias. É necessário que as políticas de financiamento sejam reformuladas para incentivar o desenvolvimento sustentável e para que os investimentos sejam orientados por resultados transformadores, que aumentem a resiliência e o potencial de crescimento económico dos SIDS”, vaticinou.

No mesmo dia, Ulisses Correia e Silva participou também no evento Paralelo “Como Utilizar as Trocas de Dívida por Clima como Ferramenta de Financiamento e Eficiência na Ajuda através de Parcerias Colaborativas”, organizado igualmente pelo Banco Mundial, serviu para reforçar a importância do acordo com Portugal para a transformação da dívida em financiamento climático e ambiental.

“É uma estratégia que já implementamos com sucesso em parceria com Portugal. As operações de conversão de dívida por ação climática e por natureza permitem liberar recursos para investimentos para aumentar a resiliência do país, reduzir emissões de carbono, proteger a biodiversidade e promover o desenvolvimento económico, criando oportunidades de emprego qualificado para os jovens”, referiu.

“Se mais parceiros contribuírem, a escala dos investimentos transformadores será maior e os efeitos serão acelerados, continuou. “Destaco duas áreas de alto impacto: energia e água. Estamos a diversificar as fontes de produção de água para a agricultura com dessalinização de água/mar; reutilização de água/resíduos tratados; massificação da irrigação por gota a gota e; fortalecimento do nexo água/energia renovável. O impacto é importante na produção agrícola, na renda das famílias rurais, na segurança alimentar e na coesão territorial.