O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, que presidiu a cerimónia de abertura de um Fórum sobre “o papel das agências de notícias nas sociedades democráticas”, exaltou os grandes desenvolvimentos conseguidos em termos da comunicação social em Cabo Verde. O Primeiro-Ministro sublinhou, sobretudo, o grau elevado de liberdade de imprensa no país e que nos coloca ao nível dos países do primeiro mundo nessa matéria. Entretanto, Neves apela a um jornalismo mais responsável e livre dos excessos e respeitadores do código deontológico e da ética.
Falando a uma plateia, sobretudo, de jornalistas e outros profissionais da comunicação, José Maria Neves, enalteceu a grande evolução da imprensa cabo-verdiana em mais de cem anos de história, recordando grandes momentos e grandes nomes que marcaram a história da comunicação social em Cabo Verde.
Cabo Verde, diz, contém hoje um mosaico mediático “colorido e diverso, reflectindo os vários pensares e discursos que proliferam na sociedade democrática cabo-verdiana”, dos jornais às rádios, passsando pelas televisões e imprensa digital. Este cenário é demonstrativo, salienta, do longo caminho percorrido e que fazem de Cabo Verde um país de “primeiro mundo” em matéria de liberdade de imprensa. Não é à toa que o país foi considerado em 26º lugar no ranking mundial de liberdade de imprensa, e segundo em África, atrás apenas da Namíbia, ranking esse elaborado pela Freedom House.
Entretanto, chama a atenção para a necessidade do respeito ao código deontológico e à ética profissional, lamentando que, por vezes, ainda haja alguma confusão em Cabo Verde sobre essa liberdade e que levam a “pura exacerbação e claro abuso da imprensa, quais sejam calúnias, difamações e falácias”.
Porém, defende que antes os excessos de liberdade do que a não liberdade, citando Voltaire que afirmava que “posso não concordar com o que dizes, mas defendo até à morte o direito de o dizeres”. Contudo alerta, também, para a necessidade de controle contra as violações aos direitos dos cidadãos na imprensa e por um jornalismo de maior responsabilidade e qualidade.
O Primeiro-Ministro avançou que Governo tem em curso a institucionalização de uma entidade reguladora da comunicação social, como acontece no mundo livre, justamente para “ajustar as liberdades, nos preceitos da ética e da deontologia, em conformidade constitucional”.
Isso será, acredita, importante para que possamos ter uma Comunicação Social “tão livre como tem sido mas, mais responsável dessa necessária liberdade”, referiu. Apelou o surgimento de uma nova geração de jornalistas e de uma nova forma de fazer melhor por Cabo Verde, sempre pautando pelo respeito ao código deontológico e à ética profissional.
O fórum internacional sobre “o papel das agências de notícias nas sociedades democráticas” promovido pela Agência de Noticias Inforpress em parceria com as Nações Unidas conta com a participação de algumas das mais conceituadas agências do mundo, entre as quais a Agence France Presse (AFP), da França, a Agência Xinhua, da China e a Lusa, de Portugal.
Leia, aqui, o discurso de sua excelência, o Primeiro-Ministro, na íntegra. Discurso do Primeiro Ministro na abertura do Fórum “o papel das agências de notícias nas sociedades democráticas”