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Primeiro-Ministro e Ministros aderem oficialmente ao movimento Laço Branco

Numa cerimónia que ocorreu na sala de conferências do Palácio do Governo, os membros do Movimento Laço Branco, encabeçados pelo jurista Carlos Reis, viram se lhes juntar alguns ilustres novos membros do movimento, nada mais, nada menos do que José Maria Neves e os restantes ministros e secretários de Estado.

José Maria Neves foi o primeiro a ser chamado a colocar a fita pelas mãos do seu filho mais novo, João. O acto foi, principalmente, uma acção de reflexão sobre esse movimento, que apesar de ter sido lançado no programa do Governo contra a violência com base no género, pretende se afirmar como uma acção civil.

Para José Maria Neves, o facto de que alguns homens, como contou um dos participantes da reunião, consideram o movimento "uma afronta à superioridade machista" dos homens é prova suficiente de que o movimento começa a surtir os seus primeiros efeitos.

O Primeiro-Ministro destaca que Cabo Verde tem conseguido grandes avanços no que concerne à igualdade e equidade de géneros, como se pode observar pelo número de mulheres que ultrapassa de longe o número de rapazes nos estabelecimentos de ensino por exemplo.

"As mulheres hoje não têm qualquer tipo de auto-censura quanto aos seus planos e sonhos de vida", observa. Prova é que hoje elas aspiram às profissões mais improváveis há alguns anos atrás e que eram territórios puramente masculinos. Hoje, elas são advogadas, juízes, pilotos de avião, militares, polícias e, inclusive, ministras, sendo que Cabo Verde é o único país do mundo onde elas são maioria no Governo (57%).

Contudo, enquanto houverem homens a baterem e a subjugarem à força as mulheres, o trabalho não estará completo, assim, tanto os ministros quanto os líderes e outros participantes do movimento acreditam que a educação será uma grande arma para fazer face à violência com base no género.

Laço Branco nas escolas

"A questão é histórica e, por isso, cultural e também estrutural da sociedade cabo-verdiana, pois levará tempo para construirmos novos valores, novas crenças, novas atitudes, novos comportamentos em relação a essa matéria", frisa o Primeiro-Ministro que enfatiza a importância da educação no combate contra a violência com base no género.

Fica claro, como apontou o Chefe do Governo, que é preciso introduzir com mais acutilância o tema da igualdade e equidade de género nas escolas, através de manuais, mas também de ateliês e debates no ensino secundário e "até no seio dos professores."

A introdução desta problemática no seio dos pais é outra prioridade, sendo a paternidade e a maternidade irresponsáveis grandes desafios no que respeita à construção de uma sociedade mais igualitária.

A promoção de acções e políticas que levem ao "empoderamento" económico das mulheres é grande prioridade deste Governo para que elas se libertem da dominação masculina, como mostram os vários programas de micro-crédito, os programas de apoio à agricultura onde as mulheres são actores principais, etc.

De qualquer forma, fica claro que o movimento Laço Branco deverá entrar agora num ciclo mais activo e incisivo no que concerne a acções concretas e campanha de angariação de mais simpatizantes.