Através dos grandes eixos do acordo cambial, da parceria para a mobilidade, da segurança e da Macaronésia, o Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva traçou um cenário de reforço das parcerias entre Cabo Verde e a União Europeia (EU), ilustrando, através de exemplos práticos e concretos, como ambos podem beneficiar dessas parcerias.
A declaração de vontade em aprofundar e reforçar as parcerias com a UE foi feita em Lisboa, na recém-inaugurada sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa – UCCLA, onde Ulisses Correia e Silva foi convidado a proferir uma conferência sobre o tema “Cabo Verde e a parceria estratégica com a União Europeia. Que perspetivas?”. O Primeiro-Ministro de Cabo Verde inaugurou um ciclo de intervenções com responsáveis de cidades e de países de língua oficial portuguesa sobre temas que marcam a atualidade e constituem preocupações emergentes das populações, organizado pela UCCLA.
Na sua intervenção, Ulisses Correia e Silva assegurou que “ a ambição do atual Governo é tornar Cabo Verde num país de democracia consolidada, moderna, profundamente respeitadora do pluralismo, da cidadania e promotora dos Direitos Humano através de reformas políticas e reformas económicas que melhorem a qualificação das instituições públicas, aperfeiçoem o sistema eleitoral e político, reforcem a descentralização, promovam a cidadania, libertem as pessoas, dando-lhes dignidade e tornando-lhes menos vulneráveis face ao Estado pela via da autonomia e da autossuficiência.” É através deste quadro que se pretende reforçar as parcerias com a UE.
Em termos de soluções práticas, Ulisses Correia e Silva aponta a possibilidade de, graças ao acordo cambial, poder ser possível uma dupla circulação da moeda, escudos cabo-verdianos e euros. Já em termos da mobilidade, ficou patente a vontade de estender o espaço Shengen a Cabo Verde, ocorrendo a supressão de vistos, mas assegurando, ainda, a securização das fronteiras.
O Primeiro-Ministro de Cabo Verde mostrou-se ainda recetivo em criar no país uma plataforma de segurança cooperativa e alojar um Centro Multinacional de Coordenação Marítima, assim como desenvolver a Macaronésia do Conhecimento através da promoção de investigação, com a participação de universidades, centros de investigação e empresas que geram inovação económica, organizacional, administrativa em alinhamento com a Estratégia Europa 2020.
De relembrar que o atual primeiro-ministro de Cabo Verde foi presidente da comissão executiva da UCCLA entre 2013 e 2015, período em que ocupou igualmente a presidência da Câmara Municipal da Praia.