A aposta nas energias renováveis é para Cabo Verde, uma opção essencial e estratégica para o seu desenvolvimento sustentável, indicou o Primeiro-ministro, sublinhando que a forte aposta na massificação da microprodução de energias renováveis, investimentos privados em parques solares e eólicos e medidas em curso de aumento da eficiência energética, irão ter impactos positivos na redução da fatura energética para as famílias, empresas e para a balança de pagamentos do país. Ou seja, para Ulisses Correia e Silva, assim como a dessalinização e as energias renováveis, a mobilidade elétrica, para Cabo Verde é um imperativo, uma necessidade e não uma moda ou uma importação de tendências.
É neste sentido que o país está fortemente comprometido com a agenda global sobre mudanças climáticas. A energia e a água são seguramente, um dos grandes desafios do século XXI. De acordo com o Primeiro-ministro, o mundo está em plena mudança e Cabo Verde não pode ficar para trás. Aliás está perfeitamente alinhado, em termos de políticas públicas, com os desafios fundamentais da “sociedade pós-industrial”.
Num cenário mundial de justificada preocupação, face ao possível esgotamento das matérias-primas, e quando se fala em “reconversão energética”, à procura, de vias alternativas de fornecimento de energia, exige clareza na definição dos objetivos e, acima de tudo, uma liderança política estratégica e criteriosa. É esta resposta que o Executivo de Ulisses Correia e Silva quer dar, com a aposta nas energias renováveis como uma opção essencial e estratégica para o seu desenvolvimento sustentável.
“A nossa meta é ultrapassar os 50% de penetração no horizonte 2030. O quadro de incentivos, o investimento em qualificação e competências de recursos humanos e o enquadramento jurídico-legal são favoráveis”, precisou o primeiro-ministro, lembrando que em 2018, a produção de eletricidade no país com utilização de diesel registou uma diminuição em cerca de 3,5%, enquanto que a quantidade de energias renováveis produzida aumentou em 20,5%.
O impacto que se quer é baixar a importação de gasóleo e gasolina consumidos pelas viaturas. A par das questões ambientais, a transição energética em Cabo Verde impõe-se por uma questão económica, num país exposto a flutuações de preços internacionais de combustíveis. Também, acrescentou Ulisses Correia e Silva, a mobilidade elétrica é perfeitamente compatível com as características geográficas de Cabo verde: distâncias pequenas, clima favorável, grande potencial endógeno de recursos renováveis.
De resto, ciente que a aposta implica reforço institucional e transformações consideráveis na estrutura do mercado de energia, com conhecimentos evoluídos e capacidade inovadora na prestação dos respetivos serviços, disse que se está a preparar para isso.
“O CERMI e o Centro de Emprego e Formação Profissional da Variante serão capacitados, a fim de responderem aos novos desafios. Com o financiamento do Governo do Grão-Ducado do Luxemburgo e o apoio técnico do Programa de Apoio ao Sector de Energias Renováveis, iremos elaborar, já em 2019, a Carteira Profissional dos Quadros para o Mercado da Mobilidade Elétrica”, indicou.
Em relação às sete viaturas elétricas recebidas oficialmente no ato de apresentação pública da Carta de Política para a Mobilidade Elétrica, esta quinta-feira, 7, em que falava o Primeiro-ministro, considerou ser uma feliz imagem da mudança que “queremos produzir. E permite, também, vender Cabo Verde como destino turístico sustentável e de referência”.
A cooperação luxemburguesa é a parceria no desenvolvimento das Energias Renováveis no país, e da mobilidade elétrica em particular.