Notícias

Primeiro-ministro defende um Cabo Verde aberto ao mundo

“O nosso objetivo é claro, tornar o país com relevância no Atlântico Médio em termos económicos, de segurança, da diplomacia para a Paz e na promoção da liberdade e da democracia”, destacou o Primeiro-ministro, durante a “Conversa Aberta” no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) para a África, na segunda-feira, 25, conduzida pelo Expert Judd Devermont e para uma plateia de mais de 6 dezenas de participantes essencialmente americanos.

“O nosso objetivo é claro, tornar o país com relevância no Atlântico Médio em termos económicos, de segurança, da diplomacia para a Paz e na promoção da liberdade e da democracia. Temos três grandes eixos estratégicos no Atlântico Médio para Cabo Verde: a União Europeia como espaço económico, tecnológico e cientifico mais próximo do país, EUA, nosso aliado para a inserção de Cabo Verde nos sistemas de segurança coletiva e cooperativa, e a CEDEAO como espaço de inserção económica e de oportunidades  de mercado na função de economia de circulação”, destacou o Primeiro-ministro, durante a “Conversa Aberta” no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) para a África, na segunda-feira, 25, conduzida pelo Expert Judd Devermont e para uma plateia de mais de 6 dezenas de participantes essencialmente americanos.

O evento decorreu no CSIS em Washington DC, nos Estados Unidos da América.

UE porque é um espaço económico dinâmico e em relação a qual Cabo Verde tem uma relação muito sedimentada, sendo que o grosso do comércio se faz com a europa em mais de 80%, assim como o essencial do turismo também, disse, mostrando que o interesse económico para com essa união de países existe e é real. Com os EUA é uma aposta para que o país possa reforçar a sua segurança, nomeadamente em relação aos tráficos que circulam no corredor que vem do Brasil até o Golfo da Guiné. E em relação à CEDEAO, é o espaço da integração regional de Cabo Verde.

É importante entender esses objeitos para que se possa perceber as opções estratégicas de Cabo Verde em termos de política externa”, disse Ulisses Correia e Silva. Para o Chefe do Governo é evidente que o país tem uma relação diplomática e de desenvolvimento comercial muito diversificada, porque “sempre definimos as nossas prioridades com previsibilidade e confiança nas relações. É neste contexto, que entra também a ralação com a China, um parceiro desde a independência, marcada por parceria de referência para apoios a programas de desenvolvimento nos setores da educação, saúde, desporto, entre outros interesses de investimentos privados.

Não obstante, realçou o primeiro-ministro, qualquer investidor é bem-vindo ao país e se guiará de acordo com as regras do funcionamento da economia de Cabo Verde, particularmente em relação ao endividamento excessivo que se possa colocar na relação bilateral com determinados países ou com a China.

“A nossa definição é muito clara, nós orientamos por um processo de regulação económico-financeira, tendo o Fundo Monetário internacional como uma entidade de referência. Ou seja, não é do interesse de Cabo Verde endividar junto a países ou a nível bilateral”, esclarece Ulisses Correia e Silva, lembrando que o grosso vem do Banco Mundial, BAD, BADEA e de instituições financeiras internacionais. Em relação aos países com quem Cabo Verde tem investimentos, não são com contrapartida de pagamento futuro em termos de dívidas.

Em relação à China, uma questão levantada durante a “Conversa Aberta”, Ulisses Correia e Silva disse que não se pretende qualquer endividamento bilateral com nenhum país, numa perspetiva de salvaguardar a soberania económica de Cabo Verde.

Em relação as preocupações sobre a guerra comercial entre os EUA e a China, Ulisses Correia e Silva observa que o mundo funciona melhor de forma globalizada, com facilidade de transações de comércio, de circulação de pessoas, de tecnologias, etc. “Nenhum país de per si consegue funcionar virado para dentro”.

De realçar que a “Conversa Aberta”, a convite do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) para a África, em parceria com o Wilson Center, aconteceu no decurso da sua deslocação aos EUA, de 22 a 25, com Política Externa na agenda, tendo, neste contexto, a convite do Comitê de Assuntos Públicos da Israel Americana – AIPAC, participado, também, da Conferência sobre a relação entre Cabo Verde e Israel, no Centro de Convenções, em Washington DC.