De acordo com Ulisses Correia e Silva, a pandemia veio agudizar ainda mais a desigualdade entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento. Poucos países do mundo possuem poupança suficiente para acomodar os custos extraordinários impostos pela crise global provocada pela pandemia da COVID 19 e ao mesmo tempo, recuperar e relançar a economia. Razão pela qual, o Chefe do Governo disse “estarmos perante um combate interno de cada país e ao mesmo tempo um combate global, que exige soluções colaborativas globais”.
De acordo com Ulisses Correia e Silva, a pandemia veio agudizar ainda mais a desigualdade entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento. Poucos países do mundo possuem poupança suficiente para acomodar os custos extraordinários impostos pela crise global provocada pela pandemia da COVID 19 e ao mesmo tempo, recuperar e relançar a economia. Razão pela qual, o Chefe do Governo disse “estarmos perante um combate interno de cada país e ao mesmo tempo um combate global, que exige soluções colaborativas globais”.
Até porque, lembrou que nos países mais desenvolvidos, como é o caso os da União Europeia, “foi necessário um pacote financeiro de 750 mil milhões de euros para apoiar os estados membros. Os estímulos financeiros dos países mais ricos ultrapassam centenas de bilhões de dólares”. E a África? E os pequenos estados insulares em desenvolvimento? Conseguem suportar os custos e a recuperação e o relançamento das suas economias sozinhos? Questionou o Primeiro-ministro, para quem, não é possível.
Para Ulisses Correia e Silva que discursava na 75.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, “ninguém ganha com uma África mais empobrecida, com o aumento de crises humanitárias e securitárias. Todos ganham se os países africanos tiverem as condições necessárias para superar a grave crise sanitária, económica e social provocada pela COVID 19, e entrarem numa nova era de transformações estruturais que impactem positivamente as suas economias e os Índices de Desenvolvimento Humano”.
Por isso mesmo, pediu o acesso equitativo e universal à vacina como um “bem público essencial e a iniciativa de perdão da dívida externa, como objeto de um Pacto de Responsabilidade Mundial de modo a não deixar ninguém para trás”.
Em relação ao perdão da dívida externa, Ulisses Correia e Silva disse ser necessário não só para fazer face à contração económica e aos desequilíbrios macroeconómicos provocados pela crise do coronavírus, mas como um ponto de viragem para impulsionar o desenvolvimento sustentável dos países africanos no quadro de um forte compromisso com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ODS. Por outro lado, reforçou que aos pequenos estados insulares em desenvolvimento, SIDS, deve haver uma abordagem diferenciada tendo em conta a sua grande vulnerabilidade aos choques externos económicos e ambientais e forte dependência do turismo, setor fortemente atingido pela crise da COVID 19.
“Para os SIDS, a resposta da comunidade internacional não pode e nem deve ser um problema de elegibilidade com base no PIB per capita, mas sim com base na prova do esforço desses países através de reformas e dos progressos conseguidos e previstos para o alcance dos ODS”, considerou o Primeiro-ministro, reiterando que Cabo Verde vai aplicar os recursos libertos do serviço da dívida externa no financiamento da Agenda Estratégica de Desenvolvimento Sustentável 2030: no desenvolvimento do capital humano; na segurança sanitária, habitação social e saúde; transformação digital; transição energética; estratégia de agua para a agricultura associada às energias renováveis; economia azul; e turismo sustentável.
“São aceleradores dos ODS para tornar Cabo Verde um país mais resiliente e menos vulnerável a choques externos; eliminar a pobreza extrema; melhorar o rendimento das famílias e criar oportunidades de emprego decente para os jovens com uma economia mais diversificada”.
Ainda no decurso da sua intervenção, o Chefe do Executivo falou da importância do Multilateralismo. “Quando as economias se desconectam, quando as fronteiras se fecham, todos perdem. Uns perdem mais do que outros, mas o saldo global é negativo”. Assim como, falou das alterações climáticas; da pobreza, a fome, a insegurança, a instabilidade e a violência extrema, como o terrorismo e a criminalidade organizada, “com impactos e externalidades que ultrapassam as fronteiras dos países”. Igualmente do contexto de uma grave pandemia, “que não deve confinar a ambição da Agenda 2030”.
“Agenda 2030, que inclui os objetivos de desenvolvimento sustentável mais integrados e inovadores de sempre, visando as pessoas, o planeta, o progresso, a paz e as parcerias”.
A terminar, Ulisses Correia e Silva manifestou o seu apoio na reforma da Organização da Nações Unidas, nomeadamente na composição e o funcionamento do Conselho de Segurança; na revitalização da Assembleia Geral; no reforço do Conselho Económico e Social; e o alinhamento dos métodos de trabalho entre estes órgãos.
“Há urgência em fazermos essas reformas, tanto em relação à construção da paz, como em relação à promoção do Desenvolvimento. E isso depende de nós, dos Estados das Nações Unidas, dos líderes dos povos das Nações Unidas”.