“África é continente detentor de um património ambiental e cultural com potencial turístico enorme a ser explorado em toda a sua dimensão. É preciso juntar a esse potencial turístico: segurança, serviços de qualidade e boas conectividades de transportes, telecomunicações e internet. É preciso promover e ganhar notoriedade regional e mundial”, defendeu Ulisses Correia e Silva, acrescentando que é assim que “abrimos a África ao mundo. O turismo é a atividade por excelência dessa abertura”.
O Chefe do Governo que falava na abertura da segunda edição do Fórum Global de Turismo para o Investimento em África, na ilha do Sal, sublinhou a importância do setor privado neste processo de retoma. “O investimento privado pode suprir muitos défices de infraestruturação e criar mercado desde que tenha um ambiente favorável a nível de segurança jurídica, da proteção de investimentos, da regulação económica, financeira e técnica, da segurança de pessoas e bens, e a nível de incentivos competitivos. É papel do Estado criar esse ambiente favorável”, disse.
Tanto, que em relação a Cabo Verde, “é o caminho que seguimos para nos posicionarmos cada vez mais como um país estável, de baixos riscos sociais, políticos e reputacionais e de elevada confiança”. O Primeiro Ministro admite que enquanto país arquipélago conhece bem a importância das conectividades.
“Antes da pandemia começamos a operacionalizar o hub aéreo da ilha do Sal aproveitando a localização privilegiada entre o continente africano, a Europa, o Brasil e os EUA. A pandemia confinou o hub. Mas vamos retomar e acrescentar valor com a concessão da gestão aeroportuária através de um parceiro estratégico que traga capacidade de investimento e mercado”. Por outro lado, avançou Ulisses Correia e Silva, a crise da pandemia da COVID-19 trouxe oportunidade de repensar como deve ser o sector turístico daqui para a frente, de forma mais inclusivo, mais resiliente, mais sustentável e com maiores efeitos multiplicadores sobre as economias locais.
“Em Cabo Verde estamos apostados na diversificação e desconcentração de ofertas turísticas aproveitando as potencialidades de cada uma das ilhas para desenvolver, para além do turismo de sol e praia, o eco turismo, o turismo de saúde, o turismo de desportos náuticos, o turismo de eventos culturais, o turismo de negócios. Vamos juntos, Estado e setor privado, aprimorar os produtos que já existem e criar as condições para que os investidores inovem e explorem outras potencialidades de oferta de produtos e serviços turísticos”, salientou.
Mais, o Primeiro Ministro garante que a pandemia da COVID 19 não confinou a ambição de atingir o desenvolvimento sustentável em 2030, e que faz parte da estratégia nacional de recuperação económica associada a transformações estruturais.
“Transformações estruturais, de médio e longo prazo, que tornem o país mais resiliente e com uma economia mais diversificada: melhorar as qualificações e as competências dos RH para aumentar a eficiência e a produtividade da economia e para disseminar atitude empreendedora nos jovens; tornar o Estado melhor líder e indutor do desenvolvimento sustentável; robustecer o tecido empresarial nacional, reforçar a competitividade do país e a atratividade do investimento externo; promover a transformação digital; reduzir de forma significativa a dependência dos combustíveis fósseis através da massificação das energias renováveis e da mobilidade elétrica;(…)” sustentou.