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Primeiro-ministro defende colocação da problemática da água no topo da agenda política

O Chefe do Executivo cabo-verdiano presidiu esta manhã, terça-feira, 17, à abertura do 14º Simpósio de Hidráulica e Recursos Hídricos dos Países de Língua Portuguesa, no qual exortou os presentes a colocar a problemática da água no topo da agenda política e da gestão dos recursos deste planeta.

O Chefe do Executivo cabo-verdiano presidiu esta manhã, terça-feira, 17, à abertura do 14º Simpósio de Hidráulica e Recursos Hídricos dos Países de Língua Portuguesa, no qual exortou os presentes a colocar a problemática da água no topo da agenda política e da gestão dos recursos deste planeta.

A escassez da água potável é uma realidade atual e projetada no futuro. Afeta a qualidade de vida das pessoas, a qualidade do ambiente e a economia. Por isso mesmo, alertou Ulisses Correia e Silva, “não podemos ficar presos e condicionados à fatalidade. É um imperativo de cada país e da comunidade das nações alterar o quadro atual e as perspetivas futuras.

O percurso histórico de Cabo Verde, “de resiliência, superação e adaptação”; onde, convive-se há séculos com um país que chove pouco e de forma irregular.  O Primeiro-ministro lembrou a Introdução do primeiro dessalinizador de água do mar há 50 anos e confirmou que hoje 70% da população de Cabo Verde já utiliza água dessalinizada para o seu consumo. No futuro próximo será 90%. A água utilizada nos empreendimentos turísticos é praticamente 100% dessalinizada.

Neste sentido, o Chefe do Governo assegurou a implementação de estratégias para diversificar as fontes de água para a agricultura com recurso à dessalinização, reutilização de águas residuais e massificação de rega gota a gota, associadas às energias renováveis.  A estratégia da água e de transição energética visam o mesmo objetivo: reduzir a dependência da água das chuvas, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e melhorar as condições económicas de acesso à água e à energia por parte das populações.

Exige, por outro lado, uma elevada integração com as problemáticas mais vastas do ambiente, da demografia e do ordenamento do território, envolvendo uma forte consciencialização e participação dos cidadãos. De acordo com o Primeiro-ministro, em Cabo Verde, hoje, e cada vez mais, assumirão crescente importância certos temas da hidráulica e dos recursos hídricos, como, por exemplo, a dessalinização, a reutilização de efluentes, o planeamento das bacias hidrográficas a erosão costeira, as energias alternativas, a necessidade de aumentar a capacidade de armazenamento e a mitigação dos impactos ambientais daí decorrentes.

Desta forma, defendeu a necessidade de um combate contínuo pelo uso eficiente da água, sobretudo na diminuição das perdas, reduzindo-as a um nível económica e ambientalmente aceitável, o que “obrigará a um esforço organizativo e de investimento das entidades gestoras de abastecimento e de saneamento”.

Para Ulisses Correia e Silva a educação e a informação para a criação de comportamentos e atitudes favoráveis ao ambiente e, particularmente ao uso e consumo responsável da água e da energia, é um imperativo que deveria estar a merecer o mesmo cuidado e atenção que o ensinar e aprender a ler e a escrever.

“Não é só para ter o cidadão informado e sensibilizado; é para ter o cidadão responsável, exigente e com a noção clara da sua obrigação moral para com o planeta de hoje que pedimos emprestados às gerações futura” sustentou.

A cidade da Praia acolhe de 17 a 20 de setembro o 14º Simpósio de Hidráulica e Recursos Hídricos dos Países de Língua Portuguesa, uma organização conjunta da Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (APRH), a Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro), a Associação Cabo-verdiana de Recursos Hídricos (ACRH) e a Associação Aquashare Moçambique, com a parceria do Governo de Cabo Verde e sob o lema “25 anos construindo a Comunidade da Água da CPLP”.