Ulisses Correia e Silva que presidiu nesta segunda-feira, 16, à abertura da semana dos oceanos reforçou a “economia azul como uma grande prioridade para Cabo Verde, nas suas diversas vertentes ambiental; do conhecimento e saber fazer; inovação, investigação e desenvolvimento; segurança alimentar e económica”.
Ulisses Correia e Silva que presidiu nesta segunda-feira, 16, à abertura da semana dos oceanos reforçou a “economia azul como uma grande prioridade para Cabo Verde, nas suas diversas vertentes ambiental; do conhecimento e saber fazer; inovação, investigação e desenvolvimento; segurança alimentar e económica”.
De acordo com o Primeiro-ministro a ambição é ter uma economia azul inclusiva e sustentável, enquanto importante acelerador do crescimento económico e catalisadora de maior resiliência económica, mais emprego e mais bem-estar para as populações. Tanto assim é que criado o Ministério da Economia Marítima, a Zona Económica Especial Marítima e o Campus do Mar, todos sedeados em S. Vicente. “Trata-se de uma opção clara por um modelo focado na vocação regional de S. Vicente, na sua história económica ligada ao mar e nas oportunidades que se abrem para o futuro próximo”, afirmou o Primeiro-ministro.
As funções são claras: o Ministério da Economia Marítima como integrador e impulsionador das políticas públicas multissetoriais no domínio da economia azul. A Zona Económica Especial Marítima para oferecer um quadro coerente e consistente para a atração e desenvolvimento de investimentos privados, nacionais e estrangeiros, no turismo, na atividade portuária, nos transportes marítimos, nas pescas, na aquacultura, na indústria pesqueira, na energia, na reparação naval. E o Campus do Mar para dotar Cabo Verde de recursos humanos qualificados nos diversos domínios da economia azul através da formação técnico e profissional, da investigação e desenvolvimento e do ensino superior devidamente articulados.
Posto isso, o Primeiro-ministro disse ser um ecossistema com potencial alavancador de várias atividades económicas, no qual interagem as empresas, os investidores, as ONG’s, as universidades, os estabelecimentos de formação profissional, as comunidades pesqueiras. “O que exige um bom sistema de conectividades inter-ilhas e com o resto do mundo, e de logística para posicionarmos Cabo Verde como uma plataforma industrial e de serviços ligados à economia marítima com capacidade competitiva de acrescentar valor e exportar”.
Por outro lado, o governante reconheceu que a crise sanitária, económica e social provocada pela pandemia da COVID-19 tem “nos obrigado a um olhar mais introspetivo e prospetivo sobre nós próprios enquanto nação, as nossas forças e a forma de as fazer emergir e potenciar para o desenvolvimento no contexto pós-pandemia”.
O desafio, conforme Ulisses Correia e Silva, é aproveitar e valorizar os recursos endógenos para promover transformações estruturais que tornem o país mais resiliente e menos vulnerável a choques externos e a economia mais diversificada e sustentável. Primeiro, é o capital humano. “É o cabo-verdiano com a sua identidade crioula, resiliente, aberto ao mundo. É a nossa vasta diáspora. Sobre estas características agregamos a educação e a formação de qualidade que dota o jovem cabo-verdiano de competências linguísticas, tecnológicas, de aprendizagem ao longo da vida e de atitude empreendedora. É o maior desafio do país. É uma construção permanente. A reforma do sistema educativo, básico e secundário, está estruturada para esse objetivo”, sustentou o primeiro-ministro.
O sol, o vento, o mar e o clima, são outros recursos endógenos que adicionados ao conhecimento, à tecnologia e a um bom sistema de governança e de regulação, colocam Cabo Verde numa boa posição para acelerar a transição energética. “É nossa estratégia acelerar o nexo entre a água e a energia renovável para diversificar as fontes de água para a agricultura, reduzir a dependência da chuva através de sistemas de dessalinização da água, da reutilização segura de águas residuais, da massificação da rega gota a gota para a produção de uma agricultura inteligente em Cabo Verde”, sublinhou o primeiro-ministro, avançando que a ideia é fazer uma boa combinação dos recursos.
Aliás, Ulisses Correia e Silva recordou que em Cabo Verde, “somos muito mais mar do que terra. Pelo que transformar o extenso mar que nos circunda em economia azul, é um dos importantes aceleradores dos ODS; e consta da Agenda Ambição Cabo Verde 2030”.
O objetivo é desenvolver a economia azul num forte compromisso entre a economia e a sustentabilidade; entre a exploração dos recursos e a preservação do ambiente e dos recursos costeiros e marinho; um forte compromisso entre a criação de riqueza, emprego e rendimento e a produção de benefícios ambientais e climáticos positivos.
