O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, acabou de dar uma conferência de imprensa no final desta tarde, tendo como tema as eleições ao BAD, que confirmou o candidato nigeriano, Akinwumi A. Adesina, como o novo Presidente da referida instituição. Ainda assim, a candidata Cristina Duarte e Cabo Verde saíram claramente a ganhar em termos de capacidade de influenciação, de decisão e de presença junto ao BAD e no plano do continente africano.
Neves admite que “a nossa proposta era de ganhar e não ganhamos essas eleições”. Entretanto, numa análise mais completa e fria dos resultados e de como decorreu todo este processo, José Maria Neves destacou a ousadia desta candidatura de Cabo Verde w considerou uma grande performance o facto de até à quinta e ultima ronda Cristina Duarte ter-se posicionado sempre na segunda posição.
Um grande feito, considera, para um país pequeno e parco em recursos como Cabo verde, sobretudo se termos em conta as nacionalidades dos candidatos que concorriam com ela para o cargo máximo daquela que é a maior instituição bancária e financeira do continente.
Neves realça que, a partir de agora, Cabo Verde passa a ter muito mais presença e capacidade de influência junto ao BAD e no quadro da representação regional e continental, sendo que há uma candidata que ficou na segunda posição e que tem um programa eleitoral cuja qualidade foi reconhecida e que passará a constar do quadro de estratégias do referido banco.
Inclusive, revela Neves, a candidata foi, num determinado momento, inclusive convidada a ocupar a vice-presidência do BAD, o que mostra a qualidade das propostas apresentadas e o prestígio que Cabo verde e Cristina Duarte conseguiram granjear com essas eleições.
Mais uma vez, o Chefe do Executivo reitera a necessidade estratégica do país continuar a apostar nos quadros nacionais que queiram candidatar-se a cargos, seja de destaque ou mesmo ao nível intermediário nos vários organismos internacionais, assim como já aconteceu com esta candidatura e outras como a de Helena Semedo para directora-geral da FAO, ou a de José Luis de Jesus ao cargo de Juiz do Tribunal Internacional do Mar ou ainda a de Benfeito Mosso Ramos à vice-presidência do Tribunal da CEDEAO.
Só assim Cabo Verde poderá aumentar as suas capacidades de influenciação e de decisão na esfera internacional.