Uma conversa aberta subordinada ao tema “Políticas Públicas e Cooperação Internacional para o Turismo”, que juntou diversas instituições ligadas ao setor do turismo, marcou segunda-feira, na cidade do Tarrafal, as atividades comemorativas alusivas ao Dia Internacional do Turismo, assinalado a 27 deste de setembro, em cerimónia de abertura presidida pelo Ministro Carlos Santos e que contou com a participação do Edil local, José dos Reis Varela.
Uma conversa aberta subordinada ao tema “Políticas Públicas e Cooperação Internacional para o Turismo”, que juntou diversas instituições ligadas ao setor do turismo, marcou segunda-feira, na cidade do Tarrafal, as atividades comemorativas alusivas ao Dia Internacional do Turismo, assinalado a 27 deste de setembro, em cerimónia de abertura presidida pelo Ministro Carlos Santos e que contou com a participação do Edil local, José dos Reis Varela.
O Ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, a Representante do Banco Mundial em Cabo Verde, Eneida Fernandes, o representante do PNUD, Steven Ursino, e a Embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Carla Grijó, reuniram-se em torno do tema, reafirmando o compromisso de fazer do turismo um pilar de crescimento inclusivo, com uma mensagem clara de solidariedade e determinação de “Não deixar Ninguém para trás”. Uma preocupação central na inclusão das camadas mais vulneráveis e mais impactadas, baseada nos princípios da Agenda 2030 para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Durante a sua dissertação em torno do tema, Carlos Santos lembrou que Cabo Verde teve uma recessão em 2020 de aproximadamente 14,8 por cento, estimando que 19.800 pessoas viram os seus postos de trabalho suspensos, com a redução de números de turistas em 75 por cento.
Com efeito, conforme o Ministro, a Organização Mundial do Turismo aconselha a que os governos reiniciem o turismo com uma preocupação central que é de inclusão das camadas mais vulneráveis e mais impactadas (mulheres, jovens, comunidades rurais) e tenha em mente o princípio da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, “Não deixar ninguém para trás”.
Mais do que isso, para Carlos Santos, o turismo no mundo continua a ser uma atividade com um dos maiores efeitos multiplicadores, estando na 3.ª posição como indústria que mais exporta. Ou seja, um em cada 10 empregos no mundo são criados pelo Turismo.
“Turismo é igualmente a indústria de paz e tolerância; mais de 80 por cento das empresas ligadas ao turismo são micro, pequenas e medias empresas que empregam jovens, mulheres; turismo é reconhecido como pilar dos ODS, números, 1, 5, 8 e 10, (pobreza, igualdade do género, emprego decente e redução das desigualdades)”, vincou.
Carlos Santos debruçou-se ainda sobre a visão do Governo para o turismo e os investimentos realizados para alavancar o setor, esclarecendo que 40 milhões de Euros já foram investidos nos últimos 3-4 anos, na requalificação das cidades, na segurança de pessoas e bens, no realojamento das famílias, na eletrificação, na promoção de produtos culturais, capacitação de recursos humanos e requalificação dos centros de saúde
Em relação às medidas implementadas no domínio económico-social, no contexto da pandemia da Covid-19, Carlos Santos explicou que o Governo investiu em Projeto Turismo Seguro em 300 estabelecimentos, com a criação do Selo BIO&Clean e Centros de Covid-19 nas principais ilhas turistas do país.
Em termos de resposta à crise da Covid-19, salientou, foram capacitados em línguas, comunicação interpessoal, atendimento e importância do turismo, mais de 2500 profissionais do setor.
Carlos Santos, que defendeu a necessidade de se promover acções que realcem a importância das actividades turísticas e os seus valores culturais, acrescentou que Cabo Verde por ser um pequeno destino e por questão de economia de escala não vai competir no sector do turismo pelo preço, mas sim com a sua música e cultura para que possa cada vez mais vender e apresentar tais produtos diferenciados aos turistas que visitam as ilhas.
Realçou que Cabo Verde deve apostar na diversificação e na promoção do produto turístico cabo-verdiano com vista a levar o turismo a todas as ilhas do País, nalguns casos com foco no turismo de natureza, que é, disse, uma potencialidade comum de todas as ilhas. Uma ambição, aliás, do Governo que consta do Plano Operacional do Turismo (POT), a ser materializado nos próximos cinco anos cujo documento foi apresentado pelo Administrador do ITCV, Francisco Martins, ainda durante o dia.
“Essa é a nossa visão e ambição e queremos concretizá-los nos próximos cinco anos e com o Programa Operacional do Turismo queremos requalificar a nossa oferta, olhar para aquilo que é a promoção”, isto é, de levar o turismo a todas as ilhas, disse o Ministro Carlos Santos, ciente de que tudo isso passa pela requalificação da oferta em todas as ilhas, desde a infraestruturação, requalificação dos espaços urbanos e caminhos vicinais.