De acordo com um despacho da Agência de Notícias Portuguesa – LUSA, noticiado nesta quinta-feira, os indicadores são do relatório de 2010 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e sustentam também eles a "máxima" que começou a ser usada nos meios diplomáticos internacionais em relação a Cabo Verde: "no resources, no problems" ("sem recursos, sem problemas").
O arquipélago ocupa a posição 118, em 169 países, e está no mesmo grupo que a África do Sul, que tem a posição 110, e acima, por exemplo, de Angola e Nigéria, que no grupo de países com desenvolvimento humano baixo, ocupam as posições 146 e 142, respectivamente.
A coordenadora residente do Sistema da ONU em Cabo Verde, Petra Lantz, citado pela LUSA afirmava recentemente que este "é, de facto, um país único. Está no caminho correcto e tem a certeza do dever cumprido. Muitos outros, com recursos naturais, estão longe de alcançar os resultados cabo-verdianos".
A educação primária universal, segundo os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), está a níveis do "Primeiro Mundo", nas palavras da mesma responsável, pois existe uma taxa de escolaridade "de mais de 90 por cento", quando em 1990 era de 72 por cento.
Na área da saúde, se em 1995 morreram 95 mães por cada 100 mil partos, em 2007 este número baixou para 16.
A responsável da ONU na Cidade da Praia, avisava, porém, que há ainda muito caminho a percorrer e que as autoridades locais não devem perder de vista os problemas que ainda subsistem, "e que são muitos".
O próprio Governo, através do Primeiro-Ministro, José Maria Neves, admitiu recentemente que, apesar dos ganhos obtidos nas últimas décadas, o país continua com "um alto índice de vulnerabilidade" e a enfrentar desafios para manter o nível já alcançado e garantir a sua sucessiva progressão.
O desemprego (13 por cento, segundo a nova metodologia do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) cabo-verdiano, 23 por cento de acordo com o método antigo) é dos pontos mais negativos, ainda para mais tendo em conta que há uma grande percentagem de emprego instável.
Em 2008, segundo o relatório da ONU, 46 por cento da população não tinha acesso a serviços de saneamento básico e 16 por cento a água potável.
Mas Cabo Verde pode atingir todos os objectivos do milénio até 2015, e "o mundo deve estudar o país que, sem recursos, recorrendo à boa governação e gestão de fundos, conseguiu demonstrar que o desenvolvimento é possível", sustentou a responsável da ONU à Agência de Noticias Portuguesa
Confira a noticia neste Link da LUSA: http://noticias.sapo.cv/lusa/artigo/12036281.html