O Primeiro-Ministro, José Maria Neves visitou nesta quarta-feira, a região norte de Santiago, com passagem, sobretudo pelas principais ribeiras e barragens da região para constatar de perto o impacto da passagem do, antes furacão, agora tempestade tropical, Fred que se fez sentir em todas as ilhas do arquipélago com mais ou menos força, tendo constatado que, mais do que os estragos feitos, este trouxe as chuvas que já estão a cobrir de verde o campo e de esperança o coração dos agricultores e pecuaristas que vão afastando o fantasma da má memória da seca dos últimos dois anos.
A visita iniciou-se pelo Poilão em São Salvador do Mundo, a mãe de todas as barragens do país, porque a primeira, que, assim como todas as outras, já recebe água, estando a mais ou menos três metros de encher.
De seguida a delegação que também incluía a Ministra das Infra-estruturas e Economia Marítima, Sara Lopes, a Ministra da Administração Interna, Marisa Morais, e o Ministro do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Antero Veiga, partiu em direcção à barragem de Figueira Gorda, em Santa Cruz tendo constatado um cenário ainda mais favorável em termos do caudal da água retida pela infra-estrutura que vai recebendo as primeiras águas.
Aliás, já se faz urgente a retirada dos moradores da parte a montante da barragem devido ao risco de inundação e mesmo submersão das suas casas. Um tema que iremos cobrir numa outra peça.
No terreno, alguns agricultores da cooperativa Justino Lopes, puderam testemunhar o impacto altamente positivo que esta barragem já está a ter no incremento da actividade agrícola naquela região e na consequente recuperação daquela que foi, em tempos, o maior empreendimento agro-pecuário do país, seja através da água retida na superfície pela barragem ou pelo reforço dos lençóis freáticos.
A seguir uma passagem pela barragem, em construcção, de Flamengos, que já vai estando em condições de receber alguma água e também pela ribeira de Principal, onde foi visível o enorme impacto de todo o projecto de requalificação daquela ribeira. “Águas correndo por levadas enormes…” a fazer cumprir a visão do saudoso António Nunes no célebre “Poema de Manhã”.
Depois, saquinho em que nem a difícil descida para chegar à infra-estrutura e a mais difícil ainda subida para sair do vale de Tabugal onde está localizada fazem diminuir o êxtase causado pelo magnífico cenário da barragem a poucos metros de transbordar. É de facto uma das mais belas, senão a mais bela, Barragens do país.
Por último, a barragem de Faveta, em São Salvador do Mundo, encontrámo-la, como há dois anos atrás, completamente cheia e a transbordar para a alegria dos agricultores e pecuaristas e, também, dos trausentes e pessoas, sobretudo crianças, que aproveitam o pequeno lago que se forma na parte a jusante da barragem.
E por todos os pontos onde passamos a alegria nos rostos das gentes lavrando o campo acenando à medida que passava a caravana do Primeiro-Ministro se fazia repetir, sendo sintomático do optimismo que por estes dias se vive por aquelas bandas.
Também em Santo Antão e São Nicolau, os relatos dão conta que as barragens de Canto Cagarra (já transbordou) e de Banca Furada, respectivamente, vão recebendo um bom caudal de água.
“As barragens estão a encher-se de água, as barragens subterrâneas, também. Temos os diques de captação de água, os reservatórios, os lençóis freáticos também, portanto há aqui ganhos enormes em termos de recursos hídricos”, aponta José Maria Neves que frisa a prova que é, tudo isso, da “importância, a grandeza estratégica dos investimentos que foram feitos nas diferentes bacias hidrográficas do país, sobretudo na mobilização de água para o desenvolvimento do agronegócio”.
