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PM: “Vamos assumir o desafio de Cabo Verde ser o primeiro país africano livre do SIDA!”

 

Uma das várias acções para marcar o dia 1º de Dezembro, foi um encontro de reflexão sobre o HIV/SIDA, sob o lema "Toda a gente merece desfrutar dos seus direitos – Parar a Sida e manter a promessa", acto presidido pelo Primeiro Ministro.

José Maria Neves abordou os grandes ganhos que o país tem conseguido em matéria de desenvolvimento humano e de liberdade e igualdade, interligando os avanços na luta contra o HIV/SIDA. Nisso, salienta a necessidade de se combater a descriminação em relação aos infectados pelo vírus e doentes com o SIDA.

De acordo com Neves, é preciso que a essas vítimas da epidemia sejam também garantidos os seus direitos, como a todos os cabo-verdianos. "Vamos dar a nossa contribuição para ampliar a mensagem do secretário-geral das Nações Unidas quanto aos três zeros", frisou, referindo-se ao repto lançado pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, de reduzir os casos de infecções e mortes relacionados ao HIV/SIDA a nível "Zero", bem como à descriminação das vítimas.

Na ocasião, Neves lançou o desafio: "Porque não Cabo Verde ser o primeiro país africano livre do VIH/SIDA?". Um desafio que acredita está ao alcance desse país que tem tido um grande percurso, "sendo o primeiro em muitas coisas".

Entre essas vitórias está o facto de Cabo Verde ser considerado um dos países mais bem governados de África, de ser o primeiro país nos últimos anos a ascender da categoria dos países menos desenvolvidos para o grupo dos países de rendimento médio.

"Cabo Verde é o primeiro país africano a concluir o compacto do Millenium Challenge Account (MCA), é o único dos países até hoje seleccionado para um segundo compacto do MCA, é o país que acaba de receber o prémio internacional no domínio da Educação e formação de adultos, juntamente com a Alemanha. Cabo Verde é o país que acaba de assumir as suas responsabilidades plenas em relação às refeições quentes nas escolas, porque não Cabo Verde o primeiro país africano livre do VIH/SIDA?", lança o repto.

E completa, "vamos assumir este desafio, sermos ambiciosos, positivos e trabalhar para que Cabo Verde também seja primeiro… no que se refere à "sero-prevalência". "Vamos conseguir!", sentencia, até porque Cabo Verde mantém uma baixa prevalência do vírus e da doença (0.8 por cento), graças a um grande trabalho que vem sendo desenvolvido nos últimos anos.

Tratamento gratuito e apoio psico-social e económico para todos os pacientes

Cabo Verde, aliás, está em linha para cumprir os objectivos do Milénio nessa matéria, e "vamos cumprir", garante. Desde 1986, aquando do registo do primeiro caso de infecção com o vírus do HIV, que muito tem sido feito ao nível das politicas de saúde e combate à epidemia.

Assim, o Governo garante hoje o acesso gratuito ao tratamento com retro-virais aos pacientes do SIDA. Actualmente, segundo informações do CCS-SIDA, registam-se cerca de 550 pacientes com SIDA, todos recebendo a devida atenção e tratamento.

De acordo com os dados, alguns avançados pelo Secretário-Executivo do CCS-SIDA, José Antonio dos Reis, tem sido enorme o esforço da instituição e parceiros para manter a níveis baixos ou mesmo erradicar os casos de contaminação pelo vírus HIV.

Nesse âmbito as campanhas de prevenção multiplicam-se por todos os meios de comunicação social e de há algum tempo para cá são distribuídos gratuitamente mais de 1 milhão e 600 mil preservativos em todo o país, através de ONG's, dos centros de saúde, hospitais ou mesmo algumas casas comerciais.

Inclusive em algumas comunidades essa distribuição é feita por centros móveis da ONG VERDEFAM, que presta serviços de saúde familiar e reprodutiva. Entre outras medidas de política de combate a essa ameaça, são garantidos ainda apoio psicossocial aos infectados e afetados pelo vírus e pela doença.

Apoios também que são de carácter económico como são o exemplo de 230 órfãos e crianças em situação de vulnerabilidade que recebem apoio escolar, nutricional, pagamento de propina e acompanhamento, através de ONG´s e associações nas suas comunidades.

Perto de 240 pessoas adultas que vivem com o VIH beneficiam de apoio nutricional, e recentemente 31 pessoas foram apoiadas com crédito para desenvolvimento de actividades geradoras de rendimento.

Quanto ao número de casos no País, dados que vão de 1986 a 2009, foram registados 2888 casos de infecção e doença, tendo 727 casos resultado em óbitos. De salientar também que a ilha de Santiago (1.2%), em especial a cidade da Praia (1.7%), são onde se registam o maior número de casos de infecção e doença, acima da média nacional (0.8%).

Saiba mais sobre a situação do HIV/SIDA e medidas de política contra a epidemia em Cabo Verde através do site do CCS-SIDA: http://www.ccssida.cv/.