Tão cedo chegou ao Senegal, José Maria Neves reuniu-se esta manhã com o Primeiro-Ministro e o Presidente Interino da Guiné-Bissau, respectivamente, depostos pelos militares, certamente para manifestar a solidariedade do Governo e do povo cabo-verdiano para com os irmãos da Guiné.
O encontro que decorreu em ambiente de fraternidade, serviu para umas trocas de impressões entre os envolvidos sobre a situação actual porque passa aquele país irmão, com Neves a manifestar, mais uma vez, o seu apoio à causa da paz e estabilidade da Guiné-Bissau.
O Chefe do Executivo cabo-verdiano, recorda-se, foi um dos primeiros líderes africanos a manifestar o seu repúdio pelo levantamento militar que aconteceu no mês passado em Bissau, tendo condenado veementemente o gesto dos militares guineenses.
Neste momento decorre a Cimeira Extraordinária da CEDEAO, na capital senegalesa, tendo com tema central a referida crise político-militar na Guiné-Bissau, em que participa o Primeiro-Ministro cabo-verdiano. De destacar que desse encontro participam ainda representantes diplomáticos de vários países europeus e da própria União Europeia, e dos Estados Unidos, que se juntam ao côro de países e líderes africanos que condenam o golpe militar em questão.
A expectativa é de que o encontro de hoje contribua para uma resolução pacífica do referido conflicto. Outro tema em debate tem a ver com o conflicto armado que resulta do golpe armado que destituiu e substituiu o Governo anterior por um governo transitório nomeado pela junta Militar, responsável pelo golpe, e que elegeu como Presidente da Républica interino o anterior Presidente do Parlamento maliano. Actualmente, apoiantes do anterior regime e do actual governo promovem um conflicto armado no norte do país, que vem adicionar ao anterior confronto entre separatistas Touaregs e o Governo.
A reunião de hoje dá continuidade ao encontro que decorreu em Banjul envolvendo a CEDEAO e o Comando Militar que controla, neste momento, a Guiné-Bissau e espera-se que a CEDEAO reforçe a sua posição de obrigar o retorno da normalidade constitucional com a devolução do poder aos civis e ao resumo das eleições que estavam a decorrer. Recorda-se que a organização da sub-região tornou publica a decisão de prosseguir com sanções económicas à Guiné e pelo envio de uma força de interposição composta por 600 militares de vários países membros da CEDEAO. Mais desenvolvimentos assim que possível nos espaços habituais.
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