O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, afirmou, durante a cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da Associação dos Jovens Empresários de Cabo Verde (AJEC), que irá fazer tudo, enquanto Chefe de Governo, para que a AJEC possa conseguir, aquilo que foi eleito como uma das prioridades da nova administração da associação agora presidida por Paulo Cabral, um espaço físico para a nova sede da AJEC.
“Podem identificar um espaço que iremos dar o apoio necessário para que tenham a vossa sede”, ainda “antes do final desta legislatura”, prometeu José Maria Neves, arrancando aplausos da plateia de jovens empresários que encheram o auditório do Edifício BAI, em Chã de Areia, na capital.
O Primeiro-Ministro elogiou o percurso da AJEC nesses anos da sua existência, e a sua postura proactiva e que tem sido na perspectiva de apresentar propostas para os desafios que a classe que representa enfrenta.
“Vamos continuar a ser uma associação que faz propostas interventivas e participativa, mas também requerendo respostas em tempo útil aos problemas desta classe que são individuais, mas afectam um todo nacional”, garantiu Paulo Cabral que sublinhou ainda a importância de trabalhar em conjunto com o Governo e outras instituições na busca de soluções aos desafios.
A AJEC, como considerou o novo Presidente, Paulo Cabral, tem crescido muito nos últimos anos e que conta agora com aproximadamente mais 126 membros, sendo que mais 11 novos membros foram ontem apresentados.
Este crescimento da associação é, considerou o Primeiro-Ministro, reflexo do crescimento do país e do sector empresarial, em particular. Isto, porque “há dez anos atrás dificilmente” se encontrava uma associação com esta dimensão e com este dinamismo”, observou.
“Queremos construir um Cabo Verde desenvolvido, próspero, justo e com oportunidades para todos, ou seja, que o índice do desenvolvimento humano seja elevado em 2030, e tenhamos PIB per capita de pelo menos 12.000 dólares, isso significa multiplicar a actual por cerca de 3.5, sendo que a nossa estratégia é ser um centro internacional de prestação de serviços e uma plataforma logística nesta região do atlântico”, frisou, acrescentando que o país tem feito um percurso no sentido da densificação do tecido empresarial.
Neves realça, como prova disso, o fato de que, há alguns anos a essa parte, o estado não é mais o maior empregador do país, mas sim o sector privado, em particular o setor privado, sobretudo o setor turístico, responsável hoje por 20% do PIB nacional.
Contudo, na linha da questão levantada por Paulo Cabral, Neve reconhece ser preciso ainda mais algum trabalho no sentido de amenizar ainda mais a burocracia, que é vista pelo sector empresarial como um grande obstáculo, muitas vezes, à sua afirmação e crescimento.
O financiamento, sublinha José Maria Neves, é ainda o maior desafio, face à pequenez do mercado cabo-verdiano, pelo que não obstante os esforços do Executivo, ainda a melhor forma de se contornar isso é através de alianças e parcerias com empresas que tenham dinheiro, mas também o conhecimento e a tecnologia que as empresas nacionais precisam para progredir
“A questão do financiamento é o grande problema que se coloca sobre a mesa, porque o país tem um sector privado pequeno, frágil, segmentado, avesso às alianças, uma reduzida capacidade de financiamento”, disse.
Da parte do Governo, quem esteve presente no ato foi também a Ministra do Turismo, Desenvolvimento e Investimentos Empresarial, Leonesa Fortes.