O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, presidiu o acto de lançamento da primeira pedra para as primeiras 60 habitações inseridas no programa “Casa para Todos”, na ilha do Sal. Ainda este ano deverão arrancar novos projectos, ampliando o número de moradias no quadro deste programa na ilha para cerca de 200. O objectivo do Governo, informaram, tanto o Primeiro-Ministro quanto a Ministra da Descentralização, Habitação e Ordenamento do Território, Sara Lopes, é a edificação de mil fogos habitacionais inseridos no Programa.
O projecto ora lançado, será edificado na zona do Alto Electra, na cidade dos Espargos, contemplando 60 moradias de interesse social, sendo 35 de classe A (pessoas e famílias com rendimento de zero a 40 mil escudos) e 25 de classe B (para famílias com rendimento de 40 mil escudos a 100 mil escudos mensais).
Para além dos apartamentos, o complexo, cujas obras ora iniciam, terá ainda dois espaços comerciais. Ao todo serão investidos mais de 170 mil contos na edificação deste primeiro projecto que, para além de beneficiar perto de uma centena de pessoas, irá contribuir socialmente, também, com 48 empregos directos e 144 postos de trabalho indirectos, durante a fase de construção.
Durante a cerimónia, a Ministra Sara Lopes enalteceu a importância deste que “é o maior programa social” até hoje realizado em Cabo Verde, e anunciou para “breve”, ainda para este ano, o arranque de mais dois complexos habitacionais, que irão disponibilizar perto de 200 casas, acreditando que os constrangimentos que se punham estarão ultrapassados, já que o Governo e a Câmara conseguiram os primeiros entendimentos em relação à cedência de terrenos para o programa.
O objectivo, diz Sara Lopes, é construir mil moradias sociais na ilha do Sal, cujo deficit habitacional é um dos grandes desafios que se colocam à ilha. O Governo, pelas palavras do seu líder, José Maria Neves, estará totalmente aberto à cooperação com todas as Câmaras e a Câmara do Sal em particular, para a materialização de mais casas de interesse social no país.
“Espero que o diálogo entre o Ministério e a Câmara Municipal do Sal possa fluir normalmente para convergirmos no sentido da resolução dos problemas das pessoas”, acrescenta José Maria Neves.
Pelas palavras do edil Salense, Jorge Figueiredo, a edilidade salense terá manifestado igual abertura, pelo que acredita-se que as dificuldades iniciais, e que atrasaram o arranque do Programa na ilha, estarão ultrapassadas.
“Valorizar o trabalho”
O programa “Casa para Todos”, recordamos, é sobretudo, de cariz social, e pretende abarcar desde gente sem recursos a pessoas e agregados familiares com rendimento até 180 contos mensais.
O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, aproveitou a ocasião para apelar aos cabo-verdianos para o espírito de cooperação e ao resgate dos valores positivos que sempre moldaram o povo cabo-verdiano, entre esses o “valor do trabalho árduo”.
O objectivo da debilitação do deficit habitacional a nível nacional, só será alcançado com a colaboração de todos, Governo, Câmaras, empresas e sociedade em geral, lembrando que a realização do sonho de obtenção de casa própria, deverá ser sempre o resultado do “trabalho árduo”, pois que não é possível dar casas a todos os cabo-verdianos.
“Cada um tem que fazer a sua parte. Só assim é que teremos casa para todos. Não é possível que o Governo construa casa e dê a toda a gente”, frisa Neves. Ainda na ilha do Sal, o Primeiro-Ministro foi visitar algumas obras importantes do Governo como a Cadeia Civil, que depois de alguns constrangimentos iniciais, o andamento das obras parece estar a normalizar, estando prevista a sua conclusão a Julho do próximo ano.
Neves foi também conferir o andamento das obras do novo Centro de Emprego e Formação Profissional e Emprego nos Espargos e as novas instalações da Delegação Marítima e Portuária do Sal, nas imediações do porto da Palmeira.