Esta estufa é apenas mais um passo inserido no projecto "fortalecimento das capacidades da população reclusa cabo-verdiana, como medida de apoio à reinserção socio-laboral", e cujo objectivo é, não só garantir a sustentabilidade das cadeias em matéria de alimentação, através da produção própria de produtos hortícolas e de frutas, como também é mais uma oferta de formação para os reclusos, com o objectivo de ajudar na sua reinserção na sociedade.
Um projecto que o Primeiro-Ministro considera de "extraordinário", um "grande projecto" que significa um passo enorme na formação e "plena reinserção social" dos reclusos. "Este é um projecto que garante uma melhor reinserção social e que garante que as pessoas, que por uma razão ou outra, estejam presas, possam ser formadas e depois reintegradas na sociedade", sublinhou aos jornalistas, José Maria Neves à saída do evento.
Também o Ministro da Justiça, José Carlos Correia, realçou a importância do referido projecto financiado pela União Europeia, sublinhando que cabe às cadeias, mais do que reprimir os infractores da lei, a missão de reintegrar as pessoas na sociedade e, "o projecto de estufa para produção de culturas protegidas, hoje inaugurado, é, sem dúvida, um projecto que vem dar corpo a este objectivo", salienta.
Assim, o projecto ajudará a formar os reclusos em actividades agrícolas, garantindo-lhes mais uma opção profissional, para além de outras formações apoiadas pelo Instituto de Ensino e Formação Profissional (IEFP), como carpintaria, oficina e mecânica, artesanato, etc. Segundo a Direcção-Geral dos Serviços Penitenciários e Reinserção Social (DGSPRS), este ano, pelo menos 300 reclusos em todas as cadeias do país deverão beneficiar de 13 ofertas formativas que serão oferecidas em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional.
No que toca à sustentabilidade do sistema carcerário, será uma grande contribuição para reduzir os custos e garantir a alimentação dos reclusos, que custa aos cofres do Estado cerca de 50 mil contos anuais, quantia que, mesmo assim está aquém das necessidades, sendo que seriam necessários cerca de 88 mil contos para garantir as refeições nas cadeias.
Também as cadeias do Fogo e São Vicente deverão receber estufas idênticas, porém de menor capacidade (300 m2) com o mesmo fim e desde 2010 já se investiu neste projecto de sustentabilidade do sistema carcerário perto de seis mil contos, estando previsto a mesma quantidade de investimento este ano nas cadeias do país.
Quanto aos objectivos do referido projecto, na Cadeia Central da Praia, assim como no Fogo que este oferecerá formações em áreas como a horticultura, jardinagem e essências florestais para 100 reclusos de cada vez, nas cadeias da Praia e do Fogo.
A ideia, em relação à cadeia da Praia, é garantir 50 por cento de sustentabilidade em três anos. Actualmente aquela instituição conta com 750 presos. Também hoje, o Chefe do Executivo participou da tomada de posse do novo Reitor da Universidade de Cabo Verde, Paulino Fortes, que aconteceu na Reitoria da mesma no Platô.