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PM: Governo acompanha com “muita atenção” crise na Grécia

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, comentou esta segunda-feira a situação na Grécia após o referendo popular de ontem e que deu a vitória do “Não” sobre as propostas da União Europeia e do FMI para o pagamento das dívidas do país, tendo afirmado a esperança e confiança numa solução “airosa” para este imbróglio e que não prejudique nem a Grécia e que não provoque a desvalorização da moeda «Euro», até porque o pior cenário poderia ter consequências também negativas para a economia de Cabo Verde cuja economia está “umbilicalmente” ligado ao Euro.

Depois dos últimos desenvolvimentos e que ditaram ainda a demissão do ministro das Finanças grego, Cabo Verde e o mundo estão, mais do que nunca atentos à situação naquele país. Instado a comentar, José Maria Neves afirmou estar o Governo a acompanhar com muta atenção os “desdobramentos do Não” para que se possa desenhar qual o posicionamento em relação à referida crise de modo a que não tenha consequências maiores em Cabo Verde.

“Poderá ser um grande problema para a Grécia e eventualmente para a zona euro e para as economias que estão umbilicalmente ligadas a zona euro, como é o caso de Cabo Verde, e, portanto, estamos a acompanhar com muita atenção, e em função dos desdobramentos vamos ver que medidas tomar”, comenta.

“A bola”, diz, “está do lado do Governo Grego que tem que apresentar propostas para evitar que o país entre em falência total”, reflectiu aos jornalistas, José Maria Neves, à margem do retiro desta manhã sobre a Janela Única de Investimentos.

Uma das consequências com um eventual agravamento da dívida grega seria a desvalorização do Euro com todas as implicações negativas que poderia haver, inclusive para a economia cabo-verdiana em função da ligação “umbilical” ao euro, como já se fez referência.

Contudo, o Chefe do Executivo cabo-verdiano mostra-se confiante e esperançoso numa solução “airosa” para esta situação. As informações e conversas com responsáveis e representantes de países europeus, entre os quais o seu homólogo português, Pedro Passos Coelho, com o qual teve oportunidade de discutir este tema num encontro ontem, dia 05 de JULHO, no Palácio da Várzea fazem Neves “estar certo” de que a União Europeia tomará as melhores decisões relativamente a esta matéria, por forma a evitar uma crise financeira maior na zona euro.

“O euro poderá registar neste primeiro momento alguma desvalorização mas estamos a contar que o euro será revalorizado e será defendido pelo sistema financeiro europeu”, aborda, lembrando que há demasiados interesses em jogo e que ficariam prejudicados com este pior cenário, também por parte de países não europeus, citando a China, por exemplo, que, sobretudo nos últimos anos, tem investido muita da sua “disponibilidade líquida” no exterior em euro.

De referir que o histórico referendo deste domingo que votava a s propostas dos credores foi decidida com 61,3% de votos «Não» contra 38,69% de votos «Sim», 5,80% de votos em branco ou nulos e 37,5% de abstenção num universo de um número de perto de 10 milhões de votantes.