O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, enfatizou esta quarta-feira, a necessidade do reforço da cooperação ao nível das universidades dos países de língua oficial portuguesa para o desenvolvimento das respectivas sociedades, tendo em perspectiva a redefinição ou “reinvenção” do estatuto e do papel das universidades com vista à redefinição e cumprimento dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) no horizonte de 2030.
O Chefe do Executivo abriu no final da manhã de hoje o XXV Encontro das Associações das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), que ocorre entre hoje e depois de amanhã na Cidade Velha, tendo aproveitado a ocasião para enaltecer o papel do ensino superior no desenvolvimento e afirmação dos países de língua oficial portuguesa, incluindo Cabo Verde e, em particular da AULP, no desenvolvimento e afirmação do ensino superior nesses países, em especial Cabo Verde.
Para Neves, uma das chaves do sucesso desses países está na dinâmica das trocas e cooperação eficaz entre as instituições de ensino superior eficaz em termos de informações e conhecimento.
“Contrariando a panaceia usada no mundo de negócios, no universitário a troca de informações e de conhecimentos é a alma do sucesso”, reflecte Neves.
Assim, nessa linha, encoraja o Chefe do Executivo cabo-verdiano, “as universidades devem configurar-se em espaços e ambientes onde se engendra um futuro melhor e um ambiente generoso de partilha, bem como de mobilidade de estudantes e professores, de cientistas e investigadores, e toda a cadeia de valores das nossas comunidades académicas”.
E acrescenta que “já não basta uma educação básica de qualidade para todos, como preconizava uma meta dos ODM, mas um ensino superior de qualidade para todos. Dos 17 Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, figura como 4º Objectivo o “Assegurar uma educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos” e a formulação deste novo objectivo coloca o Ensino Superior no cerne da problemática.
As instituições de ensino superior jogam, assim, um papel fulcral no desenvolvimento das sociedades em que estão inseridas, pelo que ainda em relação a este XXV encontro das universidades lusófonas Neves reflecte que “impõe-se-nos uma reinvenção do estatuto e o papel do Ensino Superior no âmbito dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, no horizonte temporal de 2030, em que globalmente nos aguardam metas mais ousadas”.
Neves reflecte ainda sobre o desafio do alargamento do acesso ao ensino superior assim como o da qualidade da oferta académica e do desenvolvimento da investigação.
Também o Ministro do Ensino Superior, Ciências e inovação, António Correia e Silva, sublinha o papel das universidades no desenvolvimento social e elucida alguns ganhos e desafios em relação ao ensino superior e seu impacto na sociedade cabo-verdiana sem o qual, lembrando palavras do Primeiro-Ministro, que dizia já nos tempos da instalação da universidade de Cabo Verde de que “não há República plena sem a universidade”. Entre esses novos ganhos e desafios estão o desenvolvimento da pós-graduação “desenvolvida em rede colaborativa interuniversitária internacional, a criação do curso de medicina, assim como o lançamento da Escola do Mar.
A nível governamental “e mais geral”, Correia e Silva cita a montagem de um sistema nacional de garantia de qualidade, com base na avaliação, a dar os seus primeiros passos com as primeiras provas de acesso este ano, o fomento da ciência e tecnologia e a definição de um modelo de relacionamento entre as universidades e as empresas.
