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PM enaltece trabalho “fundamental” da FICASE e exorta a maior solidariedade social

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, que presidiu, hoje,a cerimónia de apresentação pública do novo Plano Estratégico da Fundação Cabo-verdiana de Acção Social Escolar (FICASE), enalteceu o papel daquela instituição do Governo que considera “fundamental” para a concretização de uma sociedade mais justa e inclusiva, com oportunidades para todos. Ao mesmo tempo, Neves exorta o apoio dos cabo-verdianos para que a FICASE possa continuar a cumprir a sua nobre missão, num momento em que é cada vez mais difícil assegurar financiamentos devido à situação de crise internacional.

Em sua intervenção, José Maria Neves realçou o grande desafio que Cabo Verde tem, numa conjuntura menos favorável de crise internacional económica, para continuar a desenvolver o país, sendo que cada vez são maiores as dificuldades para se garantir financiamentos e apoios para projectos e programas.

No caso da FICASE, para além da crise, a instituição vê diminuir os fundos de apoio internacional, também, devido à graduação de Cabo Verde enquanto País de Rendimento Médio e que ditou a retirada de parceiros importantes nos programas das cantinas escolares, por exemplo, que era garantida praticamente na sua totalidade pela UNICEF.

Considera o Chefe do Executivo que a FICASE tem exercido um papel “fundamental” no combate ao abandono escolar, na garantia de educação para todos e, consequentemente, na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Com o programa das cantinas, escolares mas, também com os programas dos kits escolares, das bolsas escolares e transportes escolares e ao apoio à edição de manuais escolares, desde o EBI ao ensino superior, o Governo tem conseguido apoiar fortemente as famílias mais carenciadas no que de mais importante que é a educação dos seus filhos.

Neste contexto dificil o Governo e a própria gestão da FICASE têm de envidar um maior esforço financeiro para manter os referidos programas e ainda estender esses apoios a um número cada vez maior de beneficiados.

Para isso, apela, José Maria Neves, o Governo conta com um maior engajamento e responsabilidade por parte de toda a sociedade, não só as famílias, como as empresas, Ong´s, etc., para continuar a garantir uma melhor educação às crianças, adolescentes e jovens cabo-verdianos. Mais uma vez, o Primeiro-Ministro sublinha a importância estratégica da educação e formação dos quadros nacionais para a efectivação do grande projecto de transformar Cabo Verde num grande centro de prestação de serviços nos mais diversos domínios, aproveitando da única grande riqueza desta pequena nação  que são os seus homens e mulheres.

É preciso que “todos”, salienta, assumam as suas responsabilidades e que a sociedade civil cabo-verdiana se envolva ainda mais em acções de solidariedade, como as da FICASE, para que se possa continuar a garantir o acesso das crianças advindas das famílias mais carenciadas à escola.

José Maria Neves destaca  a “redução substancial” da taxa de abandono escolar no país que tem havido nos últimos anos, muito graças a este trabalho da FICASE, situando-se essa taxa hoje em menos de dez por cento. Trata-se, enfatiza, de uma grande evolução e um grande avanço, assim como a grande redução do analfabetismo que mantém uma taxa praticamente “residual”, hoje.

Analisando alguns números é possível observar o enorme impacto do trabalho do FICASE em mais de duas décadas, por exêmplo ao nível das propinas escolares ao nível do ensino secundário com mais de oito mil e 500 alunos beneficiados. Desde 2003 foram distribuídos cerca de 130 mil kits escolares a alunos do pré-escolar ao EBI e em matéria do programa das cantinas escolares, só em 2011 foram beneficiados quase 100 mil alunos. Em 1979, quando dera início o programa das refeições quentes, somente 3 mil e 63 crianças eram contempladas.

No que concerne às bolsas de estudo, por exêmplo, só ao nível do ensino superior são beneficiados cerca de quatro mil e 500 alunos por ano, o que representa um investimento exacto de 594.603.935$00 escudos cabo-verdianos.