O Primeiro-Ministro abriu, nesta quarta-feira, o Simpósio sobre a Segurança Alimentar, Nutricional e Desenvolvimento Sustentável da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),na CPLP que decorreu na cidade da Praia, enaltecendo o esforço comum dos países do bloco para que esses países possam, de facto, ver-se livres da fome e da pobreza, ao mesmo tempo que apelou a uma conjugação de esforços cada vez maior para que se possa atingir definitivamente este objectivo.
Na sua intervenção, José Maria Neves realça a importância de uma estratégia comum para que “juntos” esses países, onde Cabo Verde está incluído, possam realizar o objectivo da segurança alimentar para todos esses povos. Mais do que os laços da língua comum e das histórias “que se entrelaçam”, a comunidade lusófona é também “buscarmos plataformas de convergência, encontrando nelas novos padrões colectivos”. E acrescenta sobre a importância do referido Simpósio, que “por conseguinte, quando nos reunimos aqui neste IV Simpósio de Segurança Alimentar e Nutricional e Desenvolvimento Sustentável desta comunidade lusófona, estamos a ser mais «comunidade lusófona», diria até mais CPLP”.
Assim, o Primeiro-Ministro insiste que entre os Estados membros da CPLP há que haver um “esforço e um reforço” da coordenação entre eles e da “maior governança” das políticas e programas sectoriais de segurança alimentar e nutricional.
“Em verdade, somos mais CPLP, quando unidos e coesos, procuramos criar Segurança Alimentar para cada um dos nossos países e garantir aos nossos povos padrões de bem-estar e de qualidade de vida, possíveis de serem atingidos num esforço maior, conjunto e participado”, refere José Maria Neves.
O Chefe do Executivo faz referência ainda há recente história cabo-verdiana de fome e miséria e as tristes memórias dos “Flagelados do Vento Leste”, para reforçar que este segurança alimentar é um tema caro e uma prioridade para o Governo e para o povo das Ilhas. “A problemática da segurança alimentar em Cabo Verde foi sempre um tema da maior relevância, até porque está ainda presente na memória colectiva dos cabo-verdianos as grandes fomes vividas no passado e que dizimaram milhares de pessoas, por isso, é indiscutivelmente uma preocupação sempre presente para a população”, sublinha.
E salienta as políticas de “grande alcance” que foram “traçadas e materializadas pelos sucessivos governos” desde a Independência e que permite dizer que “já não somos, definitivamente, os Flagelados do Vento Leste” a quem as cabras nos ensinaram a “comer pedra para não perecermos”.
Nisso, Neves explica que a acção do Governo “tem sido direccionada para as várias dimensões da segurança alimentar do país, em especial no que diz respeito ao comportamento dos mercados e preços ao consumidor, assim como a estabilidade de abastecimento e garantias de acesso ao alimento”.
Aqui, especial atenção tem sido dada à “erradicação da pobreza nos meios urbano e rural, pelo seguimento sistemático das famílias face à aleatoriedade das chuvas e pela execução de programas abrangentes de combate à pobreza e criação de oportunidades para as famílias mais pobres”, acrescenta. Leia o discurso de sal Excia. o Primeiro-Ministro, José Maria Neves, na íntegra, na rubrica Discursos e Comunicados.