O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, inaugurou esta tarde o novo Data Center (Centro de Dados) do Estado de Cabo Verde, uma infra-estrutura central para a afirmação das ambições do país em constituir-se numa plataforma internacional de serviços em termos das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC), tendo o Chefe do Executivo considerado que o “Cluster das TIC” está a estruturar-se.
Um “grande empreendimento” e que enche de orgulho o Primeiro-Ministro e que coloca Cabo Verde mais próximo da visão, dos sucessivos Executivos liderados por José Maria Neves, de construcção de um “país moderno, competitivo, um país mais justo e com oportunidades para todos”, começou por considerar.
Neves reflecte sobre a perspectiva transformacional iniciada em 2001 de fazer de Cabo Verde um centro internacional prestador de serviços nos mais variados domínios, sendo, desde já, as TIC uma parte integral e fundamental desta visão por ser uma área e mesmo uma ferramenta transversal a todas as áreas e que hoje, cada vez mais dependem destas tecnologias, sobretudo a Internet e que exigem redes cada vez mais seguras e fiáveis.
Cabo Verde quer ser assim, um centro prestador de serviços em áreas como as finanças, o ensino superior à distância, a investigação e desenvolvimento de soluções informáticas e outras em matéria de novas tecnologias e este Data Center abre um vasto leque de oportunidades que sem ele não seria possível.
É nessa linha que o Governo lançou, em 2010, a primeira pedra para este importante empreendimento que é o centro nevrálgico de toda a comunicação do Governo e de toda a plataforma da governação electrónica e todos os serviços da administração pública, permitindo também armazenar e tratar os dados com toda a segurança que uma infra-estrutura de última geração como esta pode oferecer, com sete níveis de segurança, como explicou o coordenador do NOSI, Jorge Lopes
A partir deste centro o país poderá oferecer serviços de armazenamento e tratamento de dados, de desenvolvimentos de software, de “hosting” de websites, etc. a instituições e entidades nacionais e internacionais, estando perspectivado na visão mais abrangente do parque tecnológico, de que a estrutura ora inaugurada é parte crucial, o desenvolvimento de centros e laboratórios de desenvolvimento e investigação em matéria das TIC.
Cabo Verde “tem de ter ambição” e Neves desafia o órgão gestor do Data Center e do futuro Parque Tecnológico a buscarem atrair grandes instituições estrangeiras, nomeadamente a CEDEAO, bancos e universidades internacionais para que possam alojar seus dados no Data Center.
Para Neves, todo o trabalho desenvolvido pelo NOSI no desenvolvimento de soluções ao nível da governação electrónica e agora numa perspectiva de governação integrada, tem permitido Cabo Verde se afirmar como um importante player nesta região da África Ocidental onde o NOSI está hoje presente através de parcerias com outros países, ajudando a desenvolver soluções para a modernização da sua administração pública.
Associado a medidas de incentivo ao sector das TIC, têm surgido igualmente várias iniciativas privadas e com soluções criativas interessantes, a forte aposta das universidades nacionais nas áreas TIC em termos de formação e investigação e que reforçam o estatuto das Ilhas como um centro prestador de serviços e fazendo vislumbrar, cada vez mais, o “Cluster das TIC” que Neves acredita estar a efectivar-se. “O Cluster TIC está a estruturar-se e estamos a ver os ganhos deste processo de transformação e a confirmação desse plano importante, Cabo Verde pode ser sim um gateway to África no domínio das tecnologias informacionais”, afirma.
Em Jeito de balanço Neves considera que só por esta infra-estrutura já valeu a pena e que Cabo Verde, assim como em praticamente todas as áreas de desenvolvimento, também nas TIC deu um “salto enorme. O que nós tínhamos em 2001 e o que nós temos hoje em termos de tecnologias informacionais, em termos de governação electrónica, em termos de governação integrada é um salto enorme para o país”.
Mais do que isso, sublinha, estão criadas as condições efectivas para que Cabo Verde possa concretizar a sua visão “de se transformar numa plataforma de negócios no domínio das TIC para o continente africano”.