O Primeiro-Ministro comentou hoje o último relatório da Fitch Ratings que chama a atenção para o endividamento de Cabo Verde, realçando, mais uma vez, a convicção do Executivo sobre esta opção de endividamento do país e, ao mesmo tempo rebatou as acusações da oposição em relação a esta matéria, apelando a mesma a uma posição construtiva e no sentido da defesa dos interesses nacionais.
José Maria Neves começa por sublinhar a contradição no discurso da oposição que, ao mesmo tempo que pede mais portos, mais estradas e “mais investimentos públicos, em geral, “contraditoriamente” aponta o dedo à política de endividamento seguida pelo Governo “para garantir a continuidade do processo de transformação de Cabo Verde, a construção de factores de competitividade e de desenvolvimento global do país”.
Esta dívida, salienta o Primeiro-Ministro, é uma dívida consentida, numa opção do Governo de Cabo Verde para aproveitarmos as oportunidades de financiamento existentes para podermos construir uma economia mais dinâmica, mais competitiva”, reforçando o que tantas vezes já afirmou. Ainda na passada semana a Ministra das Finanças Cristina Duarte, explicava essa opção do Governo e que vai no sentido de aproveitar as janelas de oportunidades enquanto o país pode conseguir empréstimos concessionários e, consequentemente, em condições mais vantajosas, sendo que uma vez que Cabo Verde é agora País de Rendimento Médio, vai passar a ter que concorrer a empréstimos ao custo do mercado, ou seja, com juros muito mais altos. “Ou fazíamos esta opção ou não infra-estruturavamos o país”, dizia a Ministra.
“Se analisarmos apenas o stock da dívida, poderemos observar que o MpD tem tirado conclusões simplistas e orientados para o desgaste do Governo”. E explica que “se considerarmos não só o stock da dívida e também as receitas correntes e considerarmos as receitas das exportações, veremos que a dívida cabo-verdiana, para além de ser uma dívida concessional (com juros muito baixos e com longos períodos de amortização), está dentro dos perímetros da fiscalidade”.
Daí que Neves tranquiliza as cabo-verdianas e os cabo-verdianos repetindo que “não há absolutamente nenhum problema, foi uma opção consentida do Governo de mobilizar recursos concessionais para o financiamento do desenvolvimento e, também, para aproveitarmos as oportunidades existentes no mercado internacional.
E rebate à oposição com a pergunta sobre “o que é que faria neste momento?” Se a opção da oposição seria parar os investimentos?! “Todas as estradas, todas as barragens?! Todos os aeroportos?! Toda a modernização da rede eléctrica do país?! E os muitos outros projectos em curso de desenvolvimento do país? “Optaria pela austeridade da nossa economia?!”, pergunta Neves.
Na sequência o Chefe do Executivo lembra que esta é “uma questão nacional fundamental” em que “gostaríamos de contar com o firme apoio do MpD e de todos os partidos políticos para continuarmos esta política, aproveitarmos esta oportunidade histórica de fazermos o take-off e garantirmos o futuro de Cabo Verde.
Cabo Verde adere à
Cabo Verde adere à Africa Finance Coorporation
Na linha do desenvolvimento de Cabo Verde, a Ministra das Finanças, Cristina Duarte, assinou hoje, em Lagos, Nigéria, um acordo de adesão ao Africa Finance Coorporation (AFC), ela que está naquele país para participar da Cimeira (AFC Live).
Esta é mais uma boa notícia para as Ilhas que passam a fazer parte desta importante instituição financeira, significando ainda novas possibilidades de financiamento ao processo de transformação do país. (Veja o artigo: Cabo Verde adere à Africa Finance Coorporation)