O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, lançou hoje a primeira pedra para a construção do Centro de Formação em Energias Renováveis, que considerou um “pilar fundamental” para o desenvolvimento do “cluster” das energias renováveis no país. Com esse novo centro, financiado pela Cooperação Luxemburguesa, Cabo Verde passará a ser uma referência a nível da investigação e formação em matéria de energias renováveis.
Para quem pôde assistir à apresentação do projecto do futuro Centro, pelo arquitecto Nuno Leónidas, é fácil perceber a grandeza deste projecto que coloca Cabo Verde no mapa do mundo em matéria de produção e formação de quadros no que concerne à produção de energias renováveis, mas também ao nível da produção de conhecimento e investigação científica em relação ao sector.
O edifício em si, já é um laboratório completo de experiencias em matéria de energia solar e eólica, uma concepção do mais moderno que existe em matéria de produção de energia a partir destas duas fontes naturais.
Equipado com painéis solares ao longo de parte da cobertura, será um edifício totalmente autónomo em matéria de produção de energia, sem contar que está projectado para aproveitar do vento para a sua ventilação, dispensando assim equipamentos de ar condicionado.
“É um projecto inovador porque representa a interpretação do desenho arquitectónico como resposta ao clima e vai interpretar os factores energéticos de Cabo Verde, nomeadamente o sol e o vento dominante”, explica o arquitecto Leónidas.
Também a iluminação natural será controlada e aproveitada no interior do edifício, como mostrou o arquitecto. Uma concepção que, segundo o próprio Primeiro-Ministro poderá ser usado em futuras instalações públicas, ou mesmo em casas particulares permitindo o aproveitamento do sol e do vento para a produção de energia e reduzir as facturas de energia.
Mais do que isso, o referido centro permitirá, “com a sua especialização”, criar as competências necessárias para o desenvolvimento do cluster das energias renováveis, referiu José Maria Neves. Recorda-se que, como frisou Neves, durante a cerimónia, é objectivo do Governo conseguir a penetração de 25 por cento de energias renováveis no país até 2012, e em 50% até 2020.
Com isso, o Executivo pretende, também, estimular “as empresas, as famílias, a investirem em casas sustentáveis do ponto de vista energético”, diz, para “que possam produzir energia e, inclusive, vender energia ao Estado e para isso é preciso formar gente”.
Assim, acrescenta, “essa escola vai formar centenas de quadros no domínio da gestão e manutenção das energias renováveis”, e é preciso que as universidades também invistam em novos cursos no sector, apela, para que se possa materializar a ideia do cluster das energias renováveis, abrindo novas perspectivas e novas oportunidades de negócios e empregos para os jovens cabo-verdianos.
O Centro de Formação Profissional em Energias Renováveis é mais um grande empreendimento que nasce da cooperação com Luxemburgo, sendo ela financiada totalmente pelo Grão Ducado de Luxemburgo.
Ainda referindo-se ao futuro centro, explica o arquitecto Nuno Leónidas, este terá três salas de aula, ateliês que são espécies de oficinas para a prática dos alunos, salas de informática, serviços de apoio com auditório, biblioteca, cafetaria e zonas administrativas.
De salientar que os painéis solares instalados no edifício permitirão fazer demonstrações aos alunos, sendo que poderão constatar na prática, a quantidade de energia consumida e gasta pelo centro.
Algumas das formações a serem administradas no centro são, entre outras, em matéria de concepção, montagem e manutenção de instalações foto-voltaicas, de instalações mini-eólicas e de sistemas solares e térmicas, montagem e manutenção de frio, electromecânica.
De salientar que, também, está sediado em Cabo Verde o Centro de Energias Renováveis e Eficiência Energética da CEDEAO, desde Julho de 2010.
