O Primeiro-Ministro, José Maria Neves residiu esta manhã a cerimónia das comemorações oficiais do primeiro aniversário do Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial (CERMI) que considera um símbolo da mudança de paradigma que as sucessivas governações da actual maioria e sob a sua liderança foram capazes de implementar no país para a construção do Cabo Verde do futuro.
José Maria Neves defendeu em seu discurso a mudança de paradigma de desenvolvimento que representa o referido centro, baseado na identificação e aproveitamento do que “são as riquezas de cabo Verde”, neste caso o sol e o vento para a produção de energia e assim ajudar a promover e acelerar o desenvolvimento do país numa área estruturante como são as energias.
O desenvolvimento faz-se, sublinha Neves, aproveitando das riquezas e potencialidades do país, as chamadas “vantagens comparativas” e transformando-as em “vantagens competitivas”.
Cabo Verde, acrescenta o Chefe do Executivo, desde o início da sua formação e “identificação” em 1460 pelos portugueses, já dispunha de muito vento e de sol e desde então beneficiou de uma posição estratégica no centro do atlântico e do mundo, mas que de nada valem essas vantagens comparativas sem que sejam criadas as condições para que possam ser de fato aproveitadas.
Com este centro é o que se está fazer em relação às energias renováveis, sendo que Cabo Verde tem metas ambiciosas de se posicionar como uma referencia na nossa sub-região da CEDEAO, no continente e no mundo.
Primeiro, no que tange à penetração de energias renováveis a meta é atingir já em 2020 os 50% de penetração e 100% em 2030, tendo em conta o nosso forte potencial na matéria. Um estudo financiado pela Cooperação Luxemburguesa e desenvolvidas por técnicos alemães prova que o país tem potencialidade para a produção de até 400% da nossa necessidade energética, aproveitando do sol, do vento e até do mar e do potencial do vulcão do Fogo para a produção de energia geotérmica.
É nessa linha que o Governo evidenciou um enorme esforço para trazer para Cabo Verde, por exemplo, o Centro Regional da CEDEAO para as Energias Renováveis e Eficiência Energética (ECREEE).
Outra meta, e aí o CERMI, é o país construir dinâmicas, expertise e mão-de-obra qualificada o suficiente para a consolidação de um mercado em energias renováveis também no que diz respeito ao desenvolvimento de soluções e tecnologias.
O desenvolvimento, sublinha José Maria Neves, é mais do que tudo “uma questão de atitude virada para o desenvolvimento” e o CERMI representa esta ambição de Cabo Verde, pois longe vão os tempos de “lamentação” e de “mão-estendida” pelas ajudas ao desenvolvimento. Cabo Verde tem agora de aumentar a produtividade e promover um crescimento cada vez maior da sua economia para a sua auto-sustentabilidade.
Ainda em relação ao CERMI, de notar que recentemente este lançou oficialmente os primeiros quatro cursos superiores profissionalizantes de nível V, com cerca de 75 formandos actualmente, sendo os seguintes:
– Curso técnico de instalação e manutenção de sistemas eólicos de produção de energia eléctrica de baixa potência;
– Curso técnico de instalação e manutenção de sistemas solares térmicos de aquecimento de água sanitária;
– Curso técnico de instalação e manutenção de sistemas fotovoltaicos de produção de energia eléctrica;
– Curso técnico de montagem e manutenção de instalações de climatização e refrigeração.
Cada curso tem a duração de 16 (dezasseis) meses e o CERMI espera com os mesmos formar e capacitar quadros de excelência para o mercado das energias renováveis e manutenção industrial, em Cabo Verde e na Região Africana, os PALOP e a CEDEAO.
De recordar que este Centro, inaugurado em Março deste ano, já realizou, até agora, 9 ações de formação de curta duração, visando capacitar os Formadores da sua Bolsa de Formadores, assim como empresas e técnicos especialistas em energia e manutenção industrial.
Saiba mais sobre o CERMi na sua página oficial: http://www.cermi-cv.net/pt/home-pt.html
