O Chefe de Governo apresentou um discurso seguro e optimista em relação ao presente e ao futuro deste país, confiante de que o Governo tem sabido tomar as medidas que se impõem para não só, superar a crise, mas também para "alavancar" a economia local e também do país.
"Cabo Verde, felizmente, tem um rumo e tem conseguido realizar uma visão clara de desenvolvimento", afirma. Uma visão que tem a ver com a transformação de Cabo Verde num centro internacional de prestação de serviços e, daí que o Executivo tem apostado fortemente na modernização das infra-estruturas nacionais, no desenvolvimento do capital humano e do tecido empresarial.
De se destacar os muitos milhões que continuam a ser investidos na construção e modernização dos aeroportos, estradas e portos, por exemplo. O próprio Porto Grande está a ser alvo de um enorme investimento para a construção de um porto de águas profundas que lhe permita ser uma plataforma de prestação de serviços na área portuária.
O aeroporto internacional de São Pedro, cuja inauguração está para breve, é outro aspecto que promete ajudar a "redinamizar" a economia da ilha.
Outros investimentos importantes são aqueles feitos na ampliação do parque eólico nacional e outros em energias renováveis, entre outros. Recorda-se que Cabo Verde está a negociar com a China para que a ilha de São Vicente seja escolhida como uma das cinco Zonas Económicas Especiais (ZEE) chinesas em África, para além da construção de uma base de apoio à frota chinesa nas águas do atlântico. Com a Espanha está-se a negociar a construção de uma estrutura de apoio às pescas, também em São Vicente.
Na senda das reformas
Desde 2001 que o Governo vem encetando importantes reformas, incluindo reduções substanciais das taxas sobre o rendimento das pessoas colectivas (35% para 25%) e sobre as pessoas individuais (35% para 15%), e promete novas reduções já previstas no Orçamento de Estado para 2010.
Trata-se por exemplo da eliminação da taxa ad valorem, para além de uma redução substancial das taxas e os emolumentos, no sentido "de proteger a competitividade das nossas empresas e facilitar o acesso a rendimento às empresas cabo-verdianas", diz JMN.
Há uma clara orientação de se continuar essa senda reformista e transformadora, sendo que o Executivo pretende encetar um conjunto de reformas para que o país continue a melhorar os seus indicadores económicos e o ambiente de negócios. "Queremos estar entre os países mais reformadores em 2010, queremos ser os primeiros de África", afirma peremptório.
A criação de um Banco para apoio às pequenas e médias empresas já anunciado, assim como a criação da Agência de Desenvolvimento Empresarial e Inovação (ADEI), a instalação da Casa do Cidadão em todas as ilhas, são algumas das muitas iniciativas já em vigor. No caso de São Vicente, já em Janeiro próximo, passará a contar com este importante serviço.