O novo programa deverá apresentar as orientações para que o Governo e o ICASE consigam garantir o sustento do Programa de Cantinas Escolares no horizonte de 2020, num cenário em que já não vão poder contar com o apoio financeiro do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas em Cabo Verde e que cessa em Julho deste ano.
A partir de agora, o ICASE terá de conseguir outros meios de financiamento e José Maria Neves acredita que o país está em condições de conseguir manter esse programa "estratégico" para o desenvolvimento de Cabo Verde, para o combate ao abandono escolar, para a criação de melhores condições de sucesso escolar, sobretudo das crianças mais desfavorecidas e que contam com as refeições quentes servidas nas escolas.
Para José Maria Neves, a retirada do PAM mostra a evolução do país que está agora em condições de conseguir sustentar o programa com os seus próprios meios. "É motivo de orgulho, 35 anos após a Independência do País, podermos nós assumirmos as refeições quentes nas escolas", afirma.
O programa das cantinas escolares beneficia cerca de 100 mil crianças com refeições quentes nas escolas e pela sua importância terá de exigir um esforço maior do Governo para conseguir mais fundos para a sua manutenção.
Contudo, apela, o ICASE e essas crianças contam com a participação de toda a sociedade cabo-verdiana, para além de continuar a contar com o apoio técnico das Nações Unidas e de outros parceiros internacionais. O Programa Nacional de Cantinas Escolares deverão apontar os caminhos que José Maria Neves acredita, "já temos" para garantir novos fundos e parceiros.
A decisão de retirar a PAM de Cabo Verde já havia sido tomada em 2004, mas na altura o Governo de José Maria Neves conseguiu convencer as Nações Unidas a manterem o programa até agora, para que fossem criadas as condições para o país custear o seu programa das cantinas escolares.