O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, sublinhou este sábado, 08 de Novembro, a importância e o impacto que se espera com a recém barragem de Figueira Gorda, a maior do país, sobretudo neste ano de seca, precisamente para que o país possa estar melhor preparado para enfrentar essas mudanças climáticas e garantir a maior mobilização de água.
Um dos impactos esperados, frisa José Maria Neves, é a recuperação de toda aquela importante bacia hidrográfica de Figueira Gorda e que irá “seguramente”, acredita o Primeiro-Ministro, permitir reerguer a cooperativa Justino Lopes, antes a grande referência em matéria de empreendimento agrícola e pecuária no país e que chegou a exportar, como recordou, “grandes quantidades de banana” e outros produtos para países como Portugal e outros destinos europeus.
“Esta barragem vai possibilitar a mobilização de quase dois milhões de metros cúbicos de água, que vai permitir o desenvolvimento da agricultura, da pecuária, agro-indústria, o reforço do abastecimento do mercado nacional, designadamente o mercado turístico, com um impacto enorme no crescimento económico e na geração de emprego”, salienta Neves.
A barragem da Figueira Gorda, recorda-se, é a maior do país até à data, sendo que terá a capacidade de armazenamento de água até 3 vezes mais que o Poilão, cerca de 1,8 milhões de metros cúbicos de água das chuvas.
Também a Ministra do Desenvolvimento Rural, engenheira agrónoma de formação e profissão, defendeu a assertividade dessas barragens e de toda a política de mobilização de água encetada por este governo e que se traduz em cerca de 200 milhões de euros investidos, só nas barragens. Esta é a quinta e estão mais três em fase de conclusão, sendo que já no próximo dia 15 de Novembro, Neves inaugura a barragem de Canto Cagarra em Santo Antão.
Os dois governantes voltaram a dar garantias ainda de que os moradores de Boaventura, sito na albufeira da ribeira da barragem, serão realojados em casas novas no quadro do subprograma «Pró-habitar» do «Casa para Todos», havendo já o financiamento disponível para as obras. Ao todo 21 famílias serão realojadas num total de 61 famílias que, entretanto, serão todas indemnizadas pelo Estado, já que terão que abandonar as suas casas que serão perdidas aquando do alagamento da ribeira.
Também presente no acto, o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Luis Campos Ferreira, sublinhou o orgulho pelo importante contributo do seu país para a edificação da barragem de Figueira Gorda, no âmbito de uma linha de crédito cedida ao nosso país, de 200 milhões de euros, destacando a sua relevância. “Cabo Verde está no caminho certo”, diz, lembrando que perto de 500 famílias serão beneficiadas, directamente, sem contar com o benefício para toda aquela região de Santa Cruz e, inclusive, São Miguel.