Durante a sua intervenção José Maria Neves, destacou a bolsa como mais um estrondoso sucesso, nesse percurso "extraordinário" que Cabo Verde tem tido com enormes conquistas durante o seu governo.
Conquistas como a estabilização macroeconómica elemento fundamental da economia, a adesão à Organização Mundial do Comércio, a Parceria Especial com a União Europeia, mais recentemente a elevação de Cidade Velha a Património Mundial e, finalmente, a assumpção de Cabo Verde para o grupo dos Países de Rendimento Médio.
Esta última, uma conquista que premeia a acertada política de boa governação deste Executivo e que tem conseguido alcançar objectivos como a redução da pobreza em 10% nos últimos sete anos e a melhoria de todos os indicadores sociais. Um percurso que enche "de orgulho" o PM e deve encher de orgulho os cabo-verdianos.
O acto de apresentação da Bolsa de Valores em Lisboa, em comemoração do 5 de Julho "mostra o quanto Cabo Verde mudou de lá para cá", salienta o Chefe do Executivo. Trata-se de um instrumento capital para o processo de desenvolvimento do país.
É uma Bolsa de valores "capaz de capturar a poupança dos cabo-verdianos e das empresas, capaz de contribuir para a modernização das empresas e para que elas sejam mais competitivas e possam dar um contributo mais forte para o crescimento da economia cabo-verdiana", afiança o PM.
É também mais um passo para o estabelecimento das Ilhas como uma importante praça financeira naquela região do atlântico. Cabo Verde, diz o PM, quer ser um país estratégico naquele corredor do atlântico e aproveitar todas as suas potencialidades para, além da sua posição geo-estratégica, ser um país relevante e que contribua para a paz e a estabilidade naquela zona e no Globo.
A confiança de José Maria Neves foi sustentada pela apresentação de Veríssimo Pinto, Presidente da Bolsa de Valores, que mostrou em números, como aquela instituição tem conseguido ultrapassar as expectativas nesse três anos da sua existência. Só em títulos e obrigações ela já conseguiu movimentar mais de 8 biliões de contos que ultrapassam os 8% do PIB cabo-verdiano. Praticamente todas as transacções têm verificado uma procura muito superior à oferta, comprovando o sucesso da Bolsa.
Bolsa e Euronext estudam parceria
Entretanto, Pinto afirma a ambição de continuar a crescer e a fazer mais para o desenvolvimento dessa referida praça financeira e para a densificação do tecido empresarial no país. "É preciso aumentar a oferta com a cotação de mais empresas na bolsa e a disponibilização de mais títulos e obrigações", diz.
Nessa óptica, a Bolsa procura parcerias com homólogas estrangeiras, e um passo nesse sentido é o namoro com a Euronext-Lisboa, para que todas as instituições financeiras registadas em Portugal possam operar em Cabo Verde e vice-versa. Já há uma proposta na mesa e as partes esperam materializar esse desígnio.
Outras parcerias foram conseguidas recentemente, nomeadamente com a Caixa de Crédito Agrícola de Portugal, que tem colaborado em acções de formação na área das bolsas e finanças, também a Interbolsa e outras instituições portuguesas que têm dado um contributo fundamental para afirmação da Bolsa de Valores de Cabo Verde.
Actualmente quatro empresas estão cotadas na Bolsa, e mais de 20 obrigações entre privados, e obrigações de empresas públicas e obrigações municipais e do Tesouro estão já disponíveis, cotadas em cerca de 10 biliões de escudos cabo-verdianos. Estiveram presentes no acto também, o presidente da Euronext, VER NOME e o Presidente do Banco de cabo Verde, Carlos Burgo.