Assim como já o havia feito no seu discurso do Dia da Cultura, o Primeiro-Ministro, José Maria Neves, voltou a enfatizar a necessidade dos cabo-verdianos estarem em sintonia com os tempos de crise internacional, pedindo uma atitude mais proactiva e “menos esbanjadora”. O exemplo tem de partir do Governo, considera, daí que tenha anunciado a decisão do Governo em avançar com algumas medidas de contenção de despesas, que serão anunciadas proximamente.
Num momento em que os parceiros internacionais de Cabo Verde deparam com uma séria crise económica, apesar dos bons sinais com uma previsão de crescimento de seis por cento em 2011 e de as remessas dos emigrantes continuarem a crescer, Cabo Verde não está livre dos efeitos dessa crise internacional sendo, aliás, ainda um país muito vulnerável a factores externos.
Daí que o Primeiro-Ministro queira antecipar as coisas e solicitar aos cabo-verdianos uma atitude mais proactiva e de “menos esbanjamento” em tempos mais difíceis. Para José Maria Neves, a única forma de debelar a crise é aumentar a produtividade e os níveis de competitividade.
Nisso, Neves avança que o Governo pretende dar o exemplo e decidiu, por isso, avançar com várias medidas de contenção das despesas e de combate ao desperdício do tesouro público que serão tornadas públicas “proximamente”. Medidas que têm a ver, por exemplo, com a poupança no consumo de energia e com a limitação do uso dos carros do Estado.
Em vésperas de um encontro com os parceiros de concertação social, o Primeiro-Ministro promete levar essas preocupações aos sindicatos, onde irá propor um pacto de Estabilidade Socioeconómica para que todos possam fazer a sua parte. Tendo em conta a situação económica fragilizado provocado pela crise a nível mundial, o Governo anunciou que não há espaço para o 13º mês, pelo menos este ano. Num momento em que os países da União Europeia e um pouco por todo o mundo os governos procuram reduzir nas despesas, Cabo Verde não pode remar contra a maré.
Leia na íntegra o discurso de sua Excelência, o Primeiro-Ministro, proferido por ocasião da apresentação pública do relatório Doing Business que coloca Cabo Verde entre os 12 países que mais progrediram esse ano em matéria de melhoria do ambiente de negócios, subindo 10 posições e não 13, como havia sido avançado anteriormente. É que, o Doing Business veio rectificar a posição do país no relatório anterior, sendo que Cabo Verde estava na 129ª posição e não 132ª. No relatório Doing Business 2012 o país encontra-se no 119º lugar do ranking envolvendo 183 países.
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