Os oceanos cobrem mais de 70% da terra, desempenhando um papel crucial na produção de oxigénio e regulação da temperatura do planeta. Com as alterações climáticas, e a poluição dos mares, devido à atividade marinha, os oceanos têm absorvido grande parte do dióxido de carbono do planeta. Por forma a reverter a situação, os cientistas têm apelado à comunidade internacional por uma mudança urgente de paradigma, no que toca á forma de exploração dos recursos marinhos.
Os oceanos cobrem mais de 70% da terra, desempenhando um papel crucial na produção de oxigénio e regulação da temperatura do planeta. Com as alterações climáticas, e a poluição dos mares, devido à atividade marinha, os oceanos têm absorvido grande parte do dióxido de carbono do planeta. Por forma a reverter a situação, os cientistas têm apelado à comunidade internacional por uma mudança urgente de paradigma, no que toca á forma de exploração dos recursos marinhos.
Este é o mote que tem norteado os preparativos da conferência dos Oceanos das Nações Unidas que terá lugar em Lisboa, em junho de 2022 e as Blue Talks que chegam a Cabo Verde colocando em debate “a promoção e fortalecimento de economias sustentáveis baseadas nos oceanos, com foco nos pequenos estados insulares”.
Cabo Verde, como um pequeno Estado insular, mas um grande Estado oceânico, composto por 99.3% de mar, não está livre dos impactados das mudanças climáticas e as suas consequências. É por isso que tem aderido e cumprido, desde a independência, os tratados e acordos internacionais, como é o caso da agenda 20–30, e o ODS 14, por forma a combater os desafios globais.
É certo, contudo, que este pequeno Estado insular não compete em pé de igualdade com os grandes Estados continentais. ” Os grandes desafios mundiais, são traçados do ponto de vista que nós, como países e pequeno estados insulares, temos os mesmos desafios dos grandes estados continentais”, começou a explicar o Ministro do Mar, Abraão Vicente, durante a sua intervenção, realçando que o nosso país tem, entretanto, a “desvantagem de não ter os mesmos recursos, as mesmas capacidades de acesso a financiamento e a mesma disponibilidade imediata de financiamento”.
Cabo Verde possui uma plataforma, a partir dos nossos mares, que nos confere a real possibilidade de desenvolvimento, tanto pelos protejos tecno-cientificos envolvidos, como pela sua posição geoestratégica. E é nesse sentido, afirmou o Governante, que pelo papel que o país desempenha na economia oceânica, merece uma atenção especial da comunidade internacional.
Reforçando ainda a necessidade de uma parceria estratégica de transferência de recursos para o desenvolvimento direto do país, e traçar metas além dos ODS e planos de cooperação internacional. “Nós precisamos desenvolver os objetivos que são específicos de Cabo Verde, acoplar esse objetivo aos da ONU e da União Europeia e tirar o maior proveito. O país não se irá desenvolver se apenas fizermos aqueles que são os planos e as metas globais, porque como país, temos apenas 46 anos de independência, enquanto os europeus e asiáticos têm centenas anos, com planos consolidados de Desenvolvimento. Por isso, Cabo Verde tem que ser ambicioso”.
A conferência Blue Talks, que teve lugar no Centro Cultural do Mindelo, contou com a presença do Embaixador de Portugal em Cabo Verde, António Moniz, Embaixadora da União Europeia, Carla Grijó, Coordenadora Residente das Nações Unidas, Ana Patrícia Graça, Associação portuguesa, David Melgueiro e Investigador cabo-verdiano do IMar – Instituto do Mar I.P., Péricles Silva.
No final do encontro, a Associação David Melgueiro ofereceu ao Ministro do Mar, duas obras em homenagem à passagem de Sacadura Cabral e Gago Coutinho por Cabo Verde, durante a expedição, Lusitânia.