Durante a "Operação Talho", que se prolongará pelas semanas seguintes, serão inspeccionados dezenas de talhos, matadouros e superfícies comerciais que dispõem de zonas destinadas à venda de carnes, sendo apreendida toda a carne que se encontra em situação ilegal ou imprópria para consumo humano.
As carnes que se encontrem ilegais, ou seja, que não sejam advenientes de animais abatidos em matadouros devidamente credenciados, serão apreendidas, sendo sujeitas à análise por parte de médicos veterinários. Se as análises comprovarem que as carnes, apesar de ilegais, são propícias para consumo serão distribuídas a entidades de solidariedade social.
Até ao momento, cerca de uma dezena de locais destinados ao abate de animais e/ou venda de carnes já foi inspeccionada, tendo sido apreendida num dos estabelecimentos parte da carne que se encontrava ilegal.
Nas próximas semanas, e já prevendo a entrada em vigor do novo "Decreto-Legislativo sobre as Infracções Contra a Economia e a Saúde Pública", será dada uma especial atenção ao abate ilegal nas bermas das rodovias do interior de Santiago, estando prevista, igualmente, uma actuação enérgica sobre os operadores em questão, que terão de se adequar aos requisitos de higiene em vigor.
O abate clandestino de animais para consumo representa uma grande ameaça para a saúde pública, tanto pela exposição a agentes infecciosos advenientes do contacto directo com a carne contaminada, como pela ingestão de carne contaminada mal cozida, produtos cárneos e derivados contaminados, representando, por conseguinte, um grande desafio para as autoridades sanitárias que combatem o abate clandestino.
Pelo facto dos abates dos animais para consumo serem clandestinos torna difícil o trabalho das autoridades no controlo sanitário e, consequentemente, impede também a rastreabilidade da própria carne.