No encontro desta quinta-feira com o Ministro das Finanças, Olavo Correia, no âmbito das audições de preparação ao Orçamento de Estado 2018, a Coordenadora Residente das Nações Unidas (ONU) em Cabo Verde, Ulrika Richardson, alertou ao Governo que tenha especial atenção à pobreza (absoluta e relativa) e às grandes assimetrias regionais. Sublinhando os rostos feminino e infantil da pobreza cabo-verdiana, pediu especial atenção do Executivo já no próximo Orçamento de Estado e um contínuo acompanhamento da situação, sob pena de o país não aproveitar este importante dividendo demográfico.
Realçando que grande parte da população cabo-verdiana é jovem, e desse uma avultosa fasquia vem de famílias pobres, a Coordenadora Residente das Nações Unidas (ONU) em Cabo Verde, Ulrika Richardson, alertou ao Executivo que tenha especial atenção à saúde e à educação, tanto nos ensinos médios como o superior. Isto para que aqueles que são hoje jovens, possam ser a médio prazo, quadros bem formados e que contribuam para o desenvolvimento do país.
Richardson é ainda da opinião que o país deve ter especial atenção aos setores económicos como a agricultura e pesca, exatamente, segundo sublinhou, por serem áreas de atividade abrangidas maioritariamente por pessoas de baixa renda. Pelo que pediu maior empenhou à industrialização destes setores.
Abordou ainda as questões do género, a problemática da previsibilidade dos dados estatísticos, tendo, entretanto, congratulado com o Plano Estratégico do Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Mostrou-se igualmente preocupada com a sustentabilidade das iniciativas do setor do turismo e outros, sobretudo, quanto às resiliências ambiental e social. Apelou também à modernização da Administração Pública, bem como aos problemas da migração, tanto internas como do exterior, principalmente nas ilhas do Sal e da Boa Vista. E com impacto tanto ao nível do assentamento informal como na segurança.
Em resposta, o Ministro das Finanças, Olavo Correia, partilhou as preocupações da ONU nos vários domínios e realçou o Executivo está de mangas arregaçadas a trabalhar na melhoria considerável da qualidade de vida dos cabo-verdianos e em todos os cantos do país. Quanto à educação, realçou que o país precisa montar um sistema educativo focado em resultados e ancorado nas necessidades dos próximos tempos.