Notícias

“O turismo é um singular instrumento de combate a pobreza nos nossos países” – Carlos Santos

O Ministro mostrou-se convicto de que, na Comunidade da CPLP, existem capacidades e recursos conhecidos e reconhecidos para a formulação de políticas públicas com a participação imprescindível do setor privado responsável e comprometido, da promoção de negócios e investimentos no setor do turismo, na partilha de conhecimentos sobre oportunidades existentes e para o desenvolvimento de novas parcerias.

O Ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, defendeu, nesta terça-feira, durante a XI Reunião de Ministros do Turismo da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), a decorrer em Luanda, Angola, que “o turismo é um singular instrumento de combate à pobreza nos nossos países” e, assumidamente, um dos principais setores de atividade económica à escala planetária, com contribuições reais na riqueza criada e nos postos de trabalha que gera.

Na sua primeira intervenção realizada nessa manhã do dia 3 de maio, perante os seus homólogos dos países da língua portuguesa, que participaram da XI Reunião dos Ministros do Turismo da CPLP, Carlos Santos realçou a importância do setor do Turismo, afirmando o “turismo impacta decisivamente na vida económica dos nossos Estados” e, por isso, deve adquirir relevância estratégica e prioridade programática na formulação das diferentes políticas públicas nos nossos países”.

O Ministro mostrou-se convicto de que, na Comunidade da CPLP, existem capacidades e recursos conhecidos e reconhecidos para a formulação de políticas públicas com a participação imprescindível do setor privado responsável e comprometido, da promoção de negócios e investimentos no setor do turismo, na partilha de conhecimentos sobre oportunidades existentes e para o desenvolvimento de novas parcerias.

Em relação à importância do setor do Turismo para o arquipélago cabo-verdiano que depende de cerca de 25% do PIB e responde com aproximadamente com 23% dos empregos formais (dados da pré-pandemia), Carlos Santos afirmou que, com o eclodir da COVID-19, Cabo Verde experimentou uma contração económica que ascendeu aos 14,9% e aproximadamente 20 mil postos de trabalho foram temporariamente suspensos, mas desde o primeiro momento, o Governo entendeu e assumiu a necessidade de preparar-se para a retoma, o quanto antes, e, sobretudo, para que o país estivesse mais fortes e resilientes e que o destino gerasse confiança nos turistas e nos operadores turísticos.

E foi através do Programa Turismo Seguro, que o Governo dotou os atores do turismo de regras e protocolos sanitários e instituiu o selo sanitário BIO&SAFE, tendo assumido o compromisso de vacinar a população de forma célere e, com o apoio da OMS – Organização Mundial da Saúde – e de outros países parceiros, que já atingiu uma taxa de 87% -1ª dose e 72% para a 2 ª Dose.

Carlos Santos enumerou ainda diversos programas criados pelo Governo de Cabo Verde para fazer face à pandemia, ao aprovar e implementar o Plano de Retoma do Sector Privado, o Plano Operacional do Turismo (2022-2026), instrumento orientador da execução da política do turismo, orçado em 80 milhões de dólares americanos.

“Em Cabo Verde, foi, pois, devido a uma tomada de posição em tempo útil e de forma assertiva, que foi possível inaugurarmos, com segurança, conforto e qualidade, a retoma e a reabertura do turismo em setembro de 2021, com o acolhimento e realização da 64.ª Reunião da Comissão Regional da OMT para África e II Fórum de Investimento Turístico em África, na Ilha do Sal. E desde essa data os números do turismo registados tem evoluído positivamente”.

Tempos que se avizinham de alguma incerteza

Os tempos que se avizinham são, todavia, de alguma incerteza, sustentou Carlos Santos, sublinhando que a segurança sanitária deverá dominar os critérios de decisão do viajante do futuro nos próximos anos. Mas também a sustentabilidade, que já vinha sendo um elemento norteador do desenvolvimento dos países embasada pelos os ODS assumidos pela comunidade internacional, ganhou ênfase e mais do que nunca e transformou-se num princípio basilar para a governação dos países, com especial ênfase no setor do turismo devido a sua interligação com a segurança sanitária.

“Inevitavelmente, essas novas formulações e compromissos terão impacto nas decisões de investimentos, na legislação que deverá ser revista, na melhor utilização das novas tecnologias no turismo e em políticas aprimoradas de inclusão social e económica”, disse.

Por outro lado, afirmou, “os nossos países reúnem vantagens comparativas e competitivas no domínio do turismo, associadas ao clima, ao património histórico e cultural, à tradição de bem receber pelo que há inegáveis oportunidades que nos espreitam e que devemos aproveitar”.

Carlos Santos acredita e continua a acreditar que o Turismo se apresenta como o sector rebocador das economias dos estados-membros que compõem a CPLP, especialmente, nesta fase de recuperação económica, essencialmente, devido ao efeito catalisador e multiplicador que lhe é característico.