De acordo com o Comunicado de Imprensa apresentado hoje, 05 de junho, na cidade da Praia, pela equipa multidisciplinar que realizou o inquérito, concluiu-se que sepse neonatal tardia pode ter sido a causa de morte dos recém-nascidos prematuros e prematuros extremos no Hospital Dr. Baptista de Sousa.
Em termos de qualidade e segurança da assistência durante o internamento, do ponto de vista técnico e humano das mães, concluiu os resultados, que foi satisfatória e que a assistência pré-natal às grávidas foi cumprida.
A investigação concluiu ainda, que a maioria das gestantes tinha uma gravidez com risco aumentado para parto pré-termo, tendo sido seguidas nas estruturas primárias de saúde e que todas tinham indicação para seguimento na consulta de alto risco para as grávidas. Do ponto de vista da assistência
às mães no serviço de obstetrícia do Hospital Dr. Baptista de Sousa os resultados apontaram que respeitou os procedimentos técnicos e os protocolos clínicos nacionais, tendo sido aplicado o protocolo nacional para o manejo de situações de rotura prematura de membranas e de ameaça de parto pré-termo.
O inquérito constatou ainda uma “consciencialização”, da gravidade da situação pelos profissionais de saúde o que despoletou numa investigação interna a nível do Hospital em articulação com o nível central, para se detetar as inconformidades, possibilitando assim a implementação das ações corretivas que poderiam salvar vidas.
A equipa de especialista do inquérito apontou várias recomendações com vista a melhoria dos serviços nomeadamente, reforçar ações de capacitação na área da comunicação/humanização/liderança dos profissionais; Elaborar um plano anual de atualização/supervisão do cumprimento dos protocolos nacionais; Promover a cultura de discussão interna dos óbitos não esperados e dos casos de não conformidade; Promover a integração do psicólogo nas equipas, melhorando a assistência aos pacientes; Melhorar a articulação e a interface entre os serviços da atenção primaria, secundária e terciária; Reforço dos recursos humanos, por forma a melhorar a qualidade na prestação dos cuidados; e Melhorar a comunicação entre o serviço e os pacientes no sentido a torna-la mais eficaz e eficiente.
A equipa do inquérito informou dos procedimentos adotados para a realização deste inquérito nomeadamente, a análise dos documentos (processos clínicos), audição dos intervenientes e a visita ao serviço de neonatologia do HBS. Dos procedimentos informaram também que foram ouvidos os profissionais mais relevantes envolvidos, bem como as mães dos recém-nascidos falecidos.
De recordar que o Ministério da Saúde, por despacho da Ministra da Saúde mandou instaurar um inquérito, no dia 15 de maio, opôs tomar conhecimento de ocorrência de óbitos de recém-nascidos no serviço de neonatologia do Hospital Dr. Baptista de Sousa. A comissão de inquérito foi composta Iolanda Landim, Gineco-obstetra, em exercício no Hospital Dr. Agostinho Neto, António Cruz, médico Neonatalogista do HAN e enfermeira Edite Silva, Coordenadora do Programa Nacional do Doente e dos Trabalhadores da Saúde da Direção Nacional da Saúde.